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domingo, 28 de fevereiro de 2010

A ferida



Então, afinal, é disso
Que sou feito.
Cartas não terminadas.
Cortes não finalizados.
Suspiros inacabados.
Gritos inaudíveis.

E quando dei por mim,
Não havia mais uma ferida,
Eu era a ferida.
Tentar morrer não machuca.
É tentar viver que te mata.

Por: Neemias Melo

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Apenas restos



Isso são apenas os restos,
De um coração confuso e perdido,
Apenas a sinceridade, de uma alma
Que não se interessa pelo disponível.

Não faz sentido querer dividir isso agora.
Uma vez que, estando do mesmo lado
Não há como fugir, não há como negar
Mesmo que a igualdade seja algo detestável.

A dívida tem de ser paga,
Não podemos desistir agora,
Não sabemos onde queremos chegar
Mas sabemos que esse não pode ser o fim.

Não deveria incomodar tanto,
Já que todos esses vazios medíocres
E todos esses moldes superficiais
São apenas restos....

Por: Letícia Rosa

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O idiota que sou



Não vejo a hora de você reconhecer o idiota que sou. A hora em que olhar dentro de mim e eu quase conseguir tocar o nojo em sua face.
Poupei-me da auto-piedade, poupe-me da sua também. Me escondi atrás de um fantasia que até hoje tento aceitar. Deixei de me sentir vítima. Fiz-me vilão. Uso. Descarto. Brinco. Faço sofrer.
Não vejo a hora de você reconhecer o idiota que sou. E que um soco venha em direção a minha face, tirando um pouco do meu impuro sangue. Provarei o gosto dele e entenderei que sou mais uma pequena peça que faz mundo ser o que ele é: Uma merda.

Por Neemias Melo

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Limitados e fracos


Nós não somos nada, é isso, nada. Tudo em seu âmago é um simples nada. As certezas são apenas suposições fortes. A coragem, não é a ausência do medo. Os sorrisos não significam o fim das lágrimas, sendo por vezes, a camuflagem destas. Não existem mãos fortes o suficiente, para segurar o que escapa entre os dedos. Nada que existe, está perfeitamente no seu lugar.
Enlouquecemo-nos ao tentar achar respostas, ou nos agarrar a algo. Tentamos enxergar, mas nada vemos. Procuramos sozinhos pelo nosso porto seguro, onde podemos ser livres e apenas assistir ao pôr do sol. Mas somos limitados e fracos de mais, nos restando apenas, aceitar a vida como ela é!

Por: Letícia Rosa

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Estupidez




E continuo vivendo a mesma estupidez,
A estupidez que me traz a felicidade,
Que me faz ser persistente e ter esperanças.
E pensar que uma coisa tão simples assim
Poderia me fazer viver feliz, nesse mundo,
De pequenas grandes coisas.

Vivo esperando o fim do dia,
Olho o sol se por e me encorajo,
E continuo dizendo um dia eu consigo,
Mesmo que me digam não eu vou vivendo assim,
Feliz com essa estupidez que me alegra.

Não sou nenhum gênio,
Mais nem por isso vou dizer que não posso.
Vivo cada instante tirando o melhor de mim,
E vou continuar lutando, e sempre digo, assim que dever ser.

A verdadeira essência é essa,
Ser feliz com toda a estupidez da sua vida.
Idiota eu? Posso ate ser, mais do que isso importa?
Sou feliz assim, e assim vou vivendo essa estupidez,
Pois ela me enche de esperança no fim do dia.

Por: André Alves

sábado, 6 de fevereiro de 2010

É preciso saber viver




Liberdade. É estranho que depois de tantos anos de luta por ela, ela ainda não faça sentido. Estranho como ninguém é livre, mas gosta de achar que é. Somos crianças que repetem ecos das falas do mestre numa brincadeira enfadonha e deprimente.
Seguir os passos daquele que já arriscou por nós parece muito fácil. É necessário que haja sede do novo, que haja mais garotos levados que não têm medo de se arriscar nas aventuras, sem medo do desconhecido.
Correr. buscar. Sonhar. Os verbos no infinitivo nunca conquistam nada. O gerúndio é a linguagem dos corajosos, que estão correndo, buscando, sonhando. Um dia ao olharem a desbravadora jornada, poderão conjulgar no passado aquilo que ajudou na conquista. Corri. Busquei. Sonhei. E arriscando, venci.

Por: Neemias Melo

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Moldes Quebrados



Então aqui mostra-se,
Como se fosse isso que sempre quiseste.
E simplesmente se levanta e vai
Sem saber ao certo pra onde ir.
E a mentira se prende
Atrás de teus olhos secos,
Que insistem em te prender a essa mediocridade.

E a verdade se esconde por entre
As vertigens de teus lábios trêmulos.
Mas sabes bem que não pode mais se esconder.
A sua máscara vai se acabando,
Juntamente com seu equilíbrio
E sua capacidade de mostrar-se forte.
A confiança já não está tão moldada.

E nesse chão molhado vira-se,
Como se fosse apenas mais uma parte.
Se quebra, e sem que perceba,
Já está novamente nesse lugar
Onde prometeste nunca mais voltar.

Com tudo que tuas mãos seguraram firmemente
Caindo aos teus pés, enquanto tenta correr.
E o recônditos do teu peito
Onde testaste por tanto tempo esconder
Todo os seus pedaços que guardastes com destreza,
Agora se despedaça, e todos conseguimos enxergar.
Não precisa mais fugir, acabou.

Por: Letícia Rosa

Vazio na Alma




Como dizer que seu problema é mais importante do que o do seu próximo!?
Por que dizer que isso não faz a menor importância,
E não tem sentindo tudo isso?!
Não é tudo o que parece ser simples aos nossos olhos,
é simples para um coração amigo.
Por que deixa de ajuda quem você ama porque aquilo parece tolo para você.
Você acha certo viver essa injustiça todos os dias,
E viver julgando os problemas alheios sempre,
Dizendo que você é mais importante?
Como seu coração se sentiria,
tendo que ouvir alguém dizer que seu problema não é difícil para você, você é um tolo por ficar caindo e levantando sempre por coisas tolas da vida.
Como não chorar, ficar irritado e ficar angustiado diante de uma situação tão complicada?
Como preencher o vazio que isso pode criar em nossa alma,
E aliviar a dor que pode causar em nosso peito?

Por: André Alves