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domingo, 29 de agosto de 2010

Mas meu bem,


Mas meu bem, não se preocupe. A vida costuma ser cruel. Mas o que nos priva da dor são os calos. Poupe-se. Poupe-se da auto-piedade, do desajuste controlado de nossos corações.
Não se desespere. O tempo não pára, não volta. Mas o futuro não deve assustar, não hoje. Levante teus olhos. Deixe-se embalar por estas lindas notas, elas podem passar talvez rápidas de mais.
Não corra. Sempre parece tarde. Mas a vida é tão frágil... É preciso que se cuide bem. A cada instante, cada momento tudo está em jogo, tudo está por um fio.
Não pare. O cansaço sempre fez parte de nossa caminhada. Mas a fuga é momentânea. Preencha-se de novo. Não são as pessoas que nos completam... Nós sabemos disso.
Não questione. Temos necessidades aparentes. Mas não precisamos de nada mais. Esqueça este mundo, estas personalidades. Isso tudo é um jogo, uma guerra.
Não caia. Aqui tudo é mal feito e frio. Mas ainda vemos um reflexo embaçado, uma sombra. Somos guerreiros longe de casa. Somos a promessa, a resposta...

Por: Letícia Rosa

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mais alto que ontem


Consigo voar mais alto que ontem!
Hoje me liberto da minha própria prisão,
Consigo furgir, escapar e me desprender de você.

Felicidade contagiante...
Saudade sentia desse sentimento,
De poder dizer tal palavra.

Se hoje choro sei que não é por estar preso,
Minhas lágrimas são de alegria.
Alegria que não sentia preso a você,
Sentia medo, não era verdadeiro.

Consigo voar mais alto que ontem!
Alegria, Alegria, Alegria...
Não me canso, não me calo e muito
Menos me contento com o pouco.
Hoje eu quero mais de mim, do mundo
E da vida.

Não vou me calar, você não vai me fazer calar.
Porque consigo voar mais alto que ontem

Por: André Alves

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A distancia


A distancia está logo ali. No não, no desejo reprimido.
Quantas são as vezes que você busca a freqüência correta, a chance perfeita?!
A ocasião em que fomos feitos foi apenas um momento de glória de um velho
artista realista.
Do meu lado apenas o corpo, quer dizer, a indiferença também. Quando foi que eu me afundei nesse abismo?
Se os gritos sem pavor são só comemorativos, eu não sei, sei que não são tão empolgantes.
O que me movimenta é o querer, a força imensurável, que com o tempo se torna apenas comum, sem graça e principalmente angustiante.
Minha coleção de roupas sujas e desarrumadas cuidadosamente a mão é denominada apenas de bagunça. Não, é muito mais que isso é a desordem de um homem em formação que começa a pensar, pelo menos é assim que eu denominei esse raciocínio impulsivo-descontrolado que me domina.
Se o desgosto de conviver com alucinações já se torna prazeroso é porque a realidade se descuidou no seu controle de qualidade.
A psicodélica vida de um gênio do rock me faz não acreditar na loucura da vida moderna, marcada por guerras camufladas e redes sociais, as músicas da moda são apenas distúrbios degradantes da auto-imagem de quem as compõe.

Por: Rafael Ayres

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dia quase heróico


Sabe, hoje acordei meio heróico. Pensei em várias maneiras de salvar o mundo, mas todas incluíam desastres e muita dor. Deixei de lado estes planos, já que minha consciência me condenou, por tamanho egoísmo, só pra saciar essa vontade de ser incrivelmente bom.
Após o café-da-manhã fui tentar ajudar alguém em casa. Me decepcionei, mas me mantive firme no meu intuito.
Quando cheguei ao quarto da minha irmã, ela estava no telefone aos prantos. Me aproximei um pouco e ao abrir a boca para tentar ajuda-la, ela me mandou ... (bem, vocês sabem).
Resolvi olhar como estavam meus pais, eu sabia que teria alho pra eu poder ajudar, já que estão se divorciando, e mesmo sem saber o motivo, me atrevi a tentar ajudar. Ao chegar à porta do quarto, vi uma das – ou a mais - assustadora cena da minha vida – mesmo que você, leitor amargo, não concorde. Meu pai estava tentando agarrar a minha mãe a força. E ela, com lágrimas e ódio nos olhos, o empurrava com tamanha força que parecia estar no fim para continuar a contatar, o que hoje penso ser seus “amantes”. Quando ela me viu, se assustou e bateu a porta na minha cara (acho que essa não era sua intenção).
Já no colégio, eu percebi que a sala estava muito bagunçada e barulhenta. Então resolvi ajudar a professora soltando um grito que fez com que todos se calassem. Daí fui tentar argumentar com os outros. No meio do meu ato heróico, fui confirmar com a professora. Ao fazê-lo, percebi que ela estava totalmente dispersa, então chamei sua atenção. Quando finalmente caiu em si, me mandou sentar.
Após bater o sinal para o intervalo, saí e fui para um canto do pátio e fiquei a refletir. Depois de algum tempo, meus colegas vieram curiosos perguntando o que havia acontecido, fitei-lhes com os olhos e disse-lhes que não era nada. Nada de mais...
E só agora cheguei a uma conclusão: Descobri que somos, todos, solitários e auto-suficientes. E que esse é o único motivo de nossa tristeza.

Por: Victor Magalhães
ps: A história acima é uma ficção

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Depois da ponte


As verdades que nunca se enganam.
Os versos que nunca se cansam.
Os sussurros que nunca se armam.
As vozes que nunca se calam.

Tudo aqui é tão passageiro...
Mas há muito mais depois da ponte.
Nessa terra somos apenas estrangeiros
Vindo de muito além desse horizonte.

Somos bem mais que essas capas limitadas!
Isso tudo é apenas uma passagem
Nosso caminho vai além dessas estradas.
Em breve voltaremos desta viagem.

Se existem medos e insatisfações
É que ainda não estamos no nosso lar.
Esta sede insaciável em nossos corações
É o nosso espírito que tanto anseia voltar!

Existem experiências muito além desta vida.
Existe um fim para o "sem saída".
Toda a criação aguarda a manifestação
Desse povo que se ergue em uma só canção!

Por: Letícia Rosa

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Pequenas orações


Naquela estrada você caminhava só,
A luz você buscava.
Buscava palavras certas pra escrever,
Mas a dor era maior que você.

Você olhava pro nada e buscava as respostas,
Gritava ao vento esperando algo.
Esforços em vão! Lágrimas eram
Sua saída em pequenas orações a Deus.

De novo você se via só,
Correndo sem esperanças.
E de novo se encontrava no
Mesmo estado.

Lágrimas eram sua saída
Em pequenas orações a Deus.
Fé você tinha nas lágrimas tocando o chão.

Naquela estrada você não caminhava mais só,
A luz que você tanto desejava...!
Deus lhe deu em um ato tão lindo e divino,
Seu olhos brilharam como estrelas no céu.

Por: André Alves

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Simplesmente Vick


Vicky era uma garota especial, pois sempre soube se colocar no lugar dos outros para entende-los, talvez uma maldição para alguns, mas ela não se importava de não existir...

Mas agora é diferente, ela é o cupido do seu próprio príncipe.

Então numa noite dessas de chuva, sozinha em casa longe do próprio juízo, decidiu fazer uma loucura para poder mostrar que ela um dia também vai acabar.

Então com uma faca em seus pulsos, tremendo mais que qualquer outro pudesse tremer, fez uma linha incrivelmente reta, e a cada centímetro de corte, sentia com a dor uma certa alegria porque “aquilo” poderia salvá-la, então começou a sentir seu próprio sangue escorrendo por entre seus dedos, e uma tontura lhe veio embaçando-lhe as vistas, então apenas se sentou desgastada e esperançosa.

Se soubesse que ele não viria, e mais ainda, que ninguém a salvaria talvez não tivesse ido tão longe...

Então sentiu uma presença estranha e fria, se deparando com um rosto lindo e curioso.

- Oi! – disse sorrindo. – eu sou a morte.

Vicky não acreditou, pois, sempre achara que a morte fosse horrível, mas aquele sorriso tão branco e chamativo, os cabelos tão pretos quanto imaginou os da branca de neve, e um rosto tão perfeito e apaixonante não poderia ser da Morte. Sentiu até vergonha pois podia se ver deteriorada no reflexo dos olhos negros daquele cara estranho

- Então, ninguém veio? – perguntou com um certo sarcasmo.

- Sabe? Você teve tanta fé nisso que comoveu até a mim, não costumo fazer isso mas...

- Mas...? – continuou com o sarcasmo em suas falas

- Mas eu vou te dar outra chance...

- Chance pra que se isso nem é real? E se fosse não adiantou em nada, sou apenas outra idiota que merece mesmo morrer. Então, se você for real, me leve!

- Não! – falando como um pai que está punindo seu filho - Porque ninguém merece morrer sem descobrir tudo que lhe é permitido saber, e viver todo tempo que lhe foi dado, você pode fazer tudo o que lhe foi proposto...

Segurando em seus pulsos a levantou e com um beijo a fez acordar. Então Vicky, se deparando com o momento em que iria se cortar, viu um bilhete em sua frente. Deixando cair a faca foi correndo conferir o que tava escrito, assustou-se ao ler apenas:

OU APENAS VIVA!

Por: Victor Magalhães

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Parte do dinamismo

Olhei pra trás e vi meus antigos sonhos
E até chorei, e hoje sinto saudades do que falei,
Lamento de mais a sua falta!
Monte Inverno - Rosa de Saron

O dia acabou tão depressa.
Tudo passou, mudou.
Ficou escuro de repente,
Ao som de notas nostálgicas.

A melodia repetitiva, perdida há muito.
O oxigênio até começa a causar dor.
Ninguém precisa sentir, ou saber.
Precisava ser assim. E foi.

Faz parte do dinamismo, sabe?
Cada volta do ponteiro nos seca.
A culpa é ainda maior que a saudade,
Mas já é tarde.

Perdemos tudo que podíamos.
Nem sabemos mais onde estamos.
Mas ainda estamos vivos,
E essa é a única lei, certo?

No final das contas, eu sou
Apenas uma criança assustada
Querendo voltar pra casa
Sem saber o caminho.

Por: Letícia Rosa

domingo, 1 de agosto de 2010

Hoje é tarde


Hojé é tarde!
Tu me desejas e me queres,
Mais só encontra sofrimento,
Ódio e desprezo em minha pessoa.

Eu não mereço amor igual ao teu,
Muito menos desfrutar de tal beleza.
Teu sorriso encantador desperta
Desejos inexplicáveis.

Mas hoje é tarde!
Só posso oferecer-te desgosto,
Isso eu não posso entender.
Hoje choro por não poder mudar,
E só penso em ir pra longe.

Me pergunto:
Quantos reencontros ainda virão?
Momentos como esse?
Nosso amor hoje se limita a
Lembranças. E não passará disso.

Tu sorris pra mim,
Mas não adianta...
Hoje é tarde!
Nosso amor é apenas lembrança.

Por: André Alves