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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Para: Victor Magalhães


Hey pequeno irmão, sei bem que já és forte,
Há tempo que não há mais palavras entre nós...
Admiro tanto a tua coragem!
Mesmo assim sinto que preciso enviar-te força,
Não da boca para fora, nem só palavras.
Sabemos que na mente humana
Existem sim, meios-termos,
Existem sim, meias verdades,
E nesses meios nos perdemos.
É uma prova de fogo.
Talvez não seja prova nenhuma...

Peço a Deus tempo.
Preciso de muito tempo ainda
Para viver no teu mundo,
Compartilhar teus planos.
Não me deixe de fora.
Por favor irmão!

Quero que saibas que eu te amo.
Quero que sintas isso.
Se for uma guerra, venceremos
Mesmo que não estejamos juntos.

Eu que vi-te nascer.
Crescemos juntos.
Ainda éramos pequeninos
E brigávamos tanto...

Queria tanto que estivéssemos juntos!
Seriamos mais fortes...
Fui tão egoísta e injusta contigo!
Pensei em meus problemas
E fugi deles, talvez quando
Mais precisavas de mim.

Te deixei sozinho e já sofrestes tanto..
Talvez precisavas de mim longe,
Para crescer, é uma hipótese...
Eu que já te magoei tanto,
Peço-te perdão, por favor. Por mim.
Também pelo pai e pela mãe.
Eles não têm tanta culpa de tudo,
São apenas humanos.
Crianças como todos, como nós.

Sei que tínhamos uma família,
Mas nada separa os irmãos.
Garanto-te que vai ser tão bom
Quando estivermos juntos de novo!
Tu que de pequeno já não tens nada...

Mas é assim que sempre vou me lembrar de ti.
"Seu chato, meu cúmplice, meu irmão, meu melhor amigo..."
Por favor aguenta-te ate nos reencontrarmos!
Por favor se cuida! Mantêm-te vivo.
Mantêm-te original e puro,
E não importa o que acontecer.

Sabemos que esse mundo é cruel, desigual e injusto,
Mas há muita beleza, bondade, perdão e sobretudo o amor.
Nada pode te tirar de mim!
Serás sempre meu pequeno irmão.
Sempre terei orgulho disso.
Mesmo que erres, estarei do teu lado
Para te ajudar a levantar.

Preciso de ti para me corrigir, meu companheiro.
Pensas em mim, não te esqueças
Da tua irmã mais velha que chorando,
Numa dessas noites de insônia,
Tenta enviar-te as lágrimas traduzidas em palavras...

Por: A.L.Magalhães

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Tantas viradas


Meu coração está cansado de construir sonhos apenas para, logo após, vê-los destruídos. De estabelecer metas para vê-las ao chão.
Inevitavelmente eu construí barreiras altas, e me mantive – ainda me mantenho – esperando sei lá o que.
As horas passam, os anos escorrem por entre os dedos...
Eu tinha uma fantasia que brilhava aqui dentro. Eu tinha uma inocência tão linda... Ah, meu bem, eu tinha uma verdade! Mas às vezes parece que meus sonhos não pertencem a esse mundo...
Não é desistência, meu bem, nunca foi... Eu só sinto falta de um colo, de umas mãos por mim. De alguns motivos qualquer.
Eu soube o que dizer um dia... Eu soube como escalar essas montanhas. Alguma coisa aconteceu entre essas tantas viradas...

Por: Letícia Rosa

sábado, 11 de dezembro de 2010

Querido diário III


Bem, tenho me esquecido de viver. Às vezes isso é mais fácil do parece, ao menos pra mim.
Eu estou em pedaços, mas não por estar quebrado, é só que dentro de mim tem várias pessoas que não conheço e que sou eu, às vezes não.
Sabe, é esse mundo que tenho dentro de mim, que cabe a mim pintá-lo de dar forma. Não quero que esses pequenos seres estejam presos a mim...
Talvez Deus tenha se sentido assim, porém meu caso é mais grave. Não sou perfeito. Pelo contrario sou tão humano que isso às vezes me faz feliz e outras não.
Não é como se gostasse deles é que apenas devo isso a eles. Se eles estiverem livres então eu também estarei livre pra estar vazio e me encher de tudo que esse tal amor pode me dar, inclusive suas dores. Sim as dores do pecado de amar...
Poder deixar minhas marcas de batom “nele” e ter suas marcas em mim.
Enfim, talvez eu esteja exagerando. Bem, se sou metade e preciso dele pra me completar, porque devo me desfazer dessas pessoinhas, além do que pra onde irão?
Quem sabe eu ache uma droga que me faça vê-los sem o tarja que cobre suas falas e sentimentos?
O que pretendia te contar é que tenho perdido muito tempo. Não com bobagens, é claro. Mas com pessoas, com pretensões que tenho perdido, com você... Mesmo que você esteja magoado... Bem, eu preciso de uma pele na minha, de alguém que me responda, alguém que diga que me ama. Bem pelo menos você sabe quem é, porém ele não.

Por: Victor Magalhães

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Partida

"Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida.
Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de
ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em
meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava.
Completo, partiu." - (Caio Fernando Abreu)

O dia de sua partida estava lindo... Que ironia!
Recolheu todos os cacos de seu coração, crendo no poder cicatrizante e renovador dos seus novos passos. Sacudiu o pó. Quebrou todas as correntes que ainda restavam. Respirou todas as suas angustias. Tomou toda a força que ainda lhe restava.
Tirou também os sapatos, não queria deixar pegadas. Pegou todos os vestígios, mas deixou sua antiga casca para trás. Por inteira, esvaziou-se do que fora, para assim seguir ao encontro, quem sabe, de um novo “eu”.
Levantou-se disposta. Apesar dos pesares, não sentia muito pela sua escolha. Por mais que a doesse, a dor nunca lhe parecera mal, apesar de cruel... Mas a desistência, nunca fizera parte de sua essência. Sua situação, que estava incontrolável, precisava de um fim.
Sabia o que era preciso, e assim o fez. Sem cálculos ou objeções... Até conseguiu sorrir levemente com a brisa de novos horizontes que logo a tocou.
E assim sendo, partiu. E nunca se permitiu olhar para trás...

Por: Letícia Rosa

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Realidade


Sonhos se perdem a cada noite.
A realidade se transforma a cada dia.

Pessoas morrem a todo instante,
Em busca do melhor para todos
E contra o melhor para poucos.

Flores são regadas a lágrimas,
E morrem após serem pisoteadas
Por pés frágeis e sorrisos falsos.

Rostos infantis se desesperam
Ao ver os seus heróis serem
Desmascarados por suas próprias mentiras.

Somos obrigados a voltar ao passado,
A procura de alguma inspiração
Para alimentar nossos sonhos.

Por: Gabriel Campos