domingo, 27 de junho de 2010
Amantes suicidas
Com tantos heróis em ascensão e
Artistas não burocráticos,
Tanto tolos decidem se acovardar
Dentre os pelos de sua conformidade.
Grandes - ou nem tanto - filósofos,
Dizem que precisamos de ousadia.
Ouso dizer que precisamos de mais,
Precisamos reaprender essa palavra.
Afinal, seria assim tão simples se jogar?
O chão da realidade é demais
Para aparar nossos corpos
Recém-atirados de uma dimensão
Onde só existe nós mesmos...
Por: Victor Magalhães
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Regras inquebráveis
A vida tem mesmo disso... Seus caminhos são tortuosos, incompreensíveis...
Quando menos se espera, a liberdade momentânea se vai, as consequências eternas vêm, e a oportunidade de recomeçar inexiste.
O que, na vida, está mais próximo do fim é o começo. Isso não se pode controlar, não se pode escolher. Apesar dos pesares, a vida ainda tem suas regras que nunca foram, são, ou serão quebradas.
Por: Mariana Germano/Letícia Rosa
domingo, 20 de junho de 2010
Senhor Tempo,
Enfim aprendi, senhor.
Não és mal, nem justiceiro.
Não és traiçoeiro, tampouco ladrão.
Como muito se diz a teu respeito.
És amigo. Sim. Por que não?
Pacífico, ciente, suave...
És mestre, esclarecedor. Sim, és.
Incontrolável, imbatível, irrefreável...
Condutor constante desta dança, incansável!
Mas és assim, belo. Sim. Por que não?
Guardião de sonhos, despedidas,
Desespero, começo e fim. Sim, és.
Não paras, não aceleras, não cessas.
E és o mesmo apenas para ti, e teu Criador!
Levando-me por estas jornadas limitadas,
Onde é minha, a verdadeira partida.
Enfim aprendi, senhor.
Sou eu, na verdade, quem corre
Por entre teus caminhos tortuosos.
Sou eu quem, um dia, pronunciará o adeus.
Por: Letícia Rosa
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Apenas hoje
sábado, 12 de junho de 2010
No dia em que partiste
No dia em que partiste,
Ali fiquei em um estado
Lamentável.
Os olhos curiosos passavam e
Passeavam sobre minha face.
Desprezo, e pena era o que eu lia
Em seus olhos.
O futuro!
O que dizer dele em tal estado?
Esperança, eu encontrava!
Em um quarto vazio.
Esperar, apenas esperar,
Era o que eu podia fazer.
Reencontrar-te:
Únicas palavras que saiam
Em minhas orações.
Saudade domina meu ser,
E lágrimas de tristeza agora caem.
Meu coração hoje grita por ti,
Ele precisa de ti.
Meu rosto gelado procura teu colo,
Enquanto meu coração espera pra dizer-te
Só mais uma vez...!
Eu te amo.
Por: André Alves
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Desculpe a forma
Eu tentei dizer a verdade. Tentei conter-me nas palavras afiadas. Tentei seguir adiante sem olhar pra trás. Tentei correr, fugir do que era parte de mim. Tentei manipular um novo inconsciente, onde meu passado inexistiria. Tentei acostumar-me à dor dos ponteiros. Tentei gritar, respirar fundo e recomeçar...
Mas era sempre como se essa terra baseada em mentiras não suportasse a verdade. Minha voz sempre estava falha, minha garganta secava. Havia sempre um inevitável a me puxar. Havia sempre uma voz a trazer-me à realidade. Havia sempre o tic-tac a lembrar-me minha pequenez.
Nunca se tratou de monotonia, ou vazio... É algo além. Talvez por ser tão além, tornou-se assim, inalcançável a mim.
Pareço assuntada, eu sei. Talvez eu esteja. É só que... Não há nada eterno por aqui, então...
Não, querido, não precisa se preocupar, a vida tem mesmo dessas coisas...
Aprendi a ter fé. Diferente das outras. Menos egoísta. Mais viva. Menos presa. Mais visionária. Menos duvidosa. Mais inabalável.
Desculpe a forma. Quis acertar o alvo, despir-me. Mas as palavras começaram a trair-me, a... Desaparecerem.
E não me venha com essa história de que “pessoas são só pessoas”... Elas são algo mais. Quero acreditar que são... Ou que, pelo menos, deveriam ser...
Por: Letícia Rosa
sábado, 5 de junho de 2010
Inércia dos vivos
Inércia é apenas um modo irregular de se tratar daquilo que jaz no vazio do ininterrupito circulo da rotina mais escassa que o proprio deserto, onde perderá os sonhos, junto onde pegou tantas palavras difíceis, teorias infundamentadas dos antepassados, que nunca vieram a pronunciar tais blasfêmias, que sempre lhe pareciam tão verdadeiras.
Por: Victor Magalhães
terça-feira, 1 de junho de 2010
O que sou
Sou a simples rigidez
Do que se despedaçou,
Que rouba tua lucidez
Com aquilo que restou.
Sou o toque frio da agulha
A dar-te uma falsa cicatriz,
Enquanto sobra-te apenas uma fagulha
Do que já fora, em verdade, feliz.
Sou este espinho imundo,
Que crava-te cada dia mais fundo.
O veneno que pulsa com fervura,
Em teu sangue, quente e sem doçura.
Sou o toque gélido do metal,
Que percorre teu corpo, chorando em escarlate.
A angustia que em teu peito bate,
Com essa dor constante e brutal.
Sou o reflexo do sorriso que te roubei,
Quando deixei-te à beira do caminho.
Tivestes então, que seguir sozinho,
Levando tudo o que um dia amei.
Sou as palavras que não te disse
Quando as tinha em imensidão,
E o egoísmo que impediu que as visse.
Sou os pedaços que te pedem perdão
E que se atormenta, lamentado assim,
Que tudo, mesmo nós, necessitasse um fim...
Por: Letícia Rosa
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