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quinta-feira, 25 de março de 2010

Livremente acorrentados


Nossas verdades se calaram. Nossos gritos abafaram. O sangue secou. A ferida em aberto, não nos incomoda mais. Fomos treinados para sermos passivos, e é isso que somos. Não podemos ser o que realmente queremos. Não lutamos definitivamente pelos nossos sonhos. Raramente temos grandes sonhos. Somos egoístas. Não procuramos pelo lar, por contentarmo-nos a estar onde não pertencemos. Somos simples humanos, e isso emprega sermos limitados e principalmente, imperfeitos. Por isso, nos contentamos com o que nos disseram um dia ser o certo, caminhamos pelos caminhos que nos foram traçados, e deles não desviamos. Aceitamos as regras, a vida e seus males, caminhando para o inevitável. Angustiados apenas, pela nossa pequenez.

Passamos a ser tão manipulados que nos acostumamos. A deixar as coisas fluírem. A trabalhar de mais e conseguir de menos. A ganhar de mais e descobrir que nada faz sentido. A perder o hoje, em nome do amanhã que vira ontem. A não procurar respostas concretas, por saber que nunca chegaremos à tal. A estar constantemente passando as agulhas. A esperar o que virá depois, por não ter mais o que fazer. A ser manipulado pelo medo. A aceitar as coisas como são e ao vazio que elas nos proporcionam. A permanecermos cegos e acorrentados.

Por: Letícia Rosa

2 comentários:

  1. Sabes Letícia, a vida é mesmo eternas procuras. às vezes encontramos, às vezes não. Algumas vezes perdemos o interesse pelo que encontramos, não é o que gostariamos realmente o que fosse. Sim somos livremente acorrentados mas na maioria das vezes somos nós mesmos que construimos nossas algemas, e nunca vou poder te dizer os porques, também procuro...continue escrevendo esses textos, são muito bons

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  2. "Permanecermos cegos e acorrentados".
    Realmente. Presos a normas da sociedade,
    ao nosso infinito ego, ao nosso umbigo,
    a nossas falsas ideologias.
    O que será feito da próxima geração, se
    a nossa já é praticamente estática?
    Vemos noticiários de morte, assassinatos,
    fome e guerra comendo pipoca.
    Cruzamos os braços para a realidade do
    mundo! COmo alguns dizem: - estou preocupado
    com minha mesada do final no mês. Vou perder
    tempo agindo, sendo que nem estarei aqui pra
    assistir o futuro terrível e desumano do planeta?
    Tenho saudades do tempo em que a juventude
    tinha na veia sangue revolucionário!!
    Acho que eu deveria ter nascido na década de
    60 e 70!! :)
    AMEI O TEXTO!!! VOCÊ ESCREVE SUPER BEM!!! =DDDD

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