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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A enigma


Alguns dias atrás na volta pra casa resolvi pegar o caminho mais longo, afinal eu estava meditando e precisava de um tempo. Refleti muito sobre a política, sobre nossas atitudes egoístas mesmo quando achamos que fizemos a coisa certa. Sabe? Quando achamos que por deixar um idoso ou um deficiente físico passar na frente da fila do banco, afinal por que nos sentimos tão bem sendo que era um dever? Sim, chegamos a esse nível!
Mesmo enquanto pensa nessas coisas não consegui tira-la da minha cabeça, tira-la de mim. Gostava dela especialmente por não entendê-la bem, ela era um enigma, pois não sabia se gostava de mim ou não ... Um idiota eu era, afinal, eu a vi apenas algumas vezes. Não, minto. Um dia cheguei a conversar com ela. Tentarei resumir a conversa, mas creio que não haverá necessidade...
Enfim, ela estava sentada nas escadarias do colégio concentrada em uns papeis e quando vi que um havia caído prontifiquei-me a pega-lo, pois sabia que seria no mínimo romântico, mas me desapontei ao ver o que estava escrito:

Querido, queria poder dizer que o amo
Mas o odeio cada vez mais
Uma vez que tenha me roubado
Roubado o que me mantém viva
O que agora passa a ser voc


Bem só foi até ai que ela escreveu. Após devolvê-la comecei a interpelá-la ferozmente, o que pude entender, pela sua reação, que pareceu meio estranho.
- Oi, bonito o que você estava escrevendo! – disse isso ainda constrangido tentando mudar de assunto
Ela sorriu num misto de timidez com raiva e rapidamente tomou o escrito de minhas mãos – Obrigada! Você sempre lê as coisas alheias?
- Oh, me desculpe! – tentaria evitar, mas já estava muito endereçado no destinatário daqueles escritos. – bem, já que conheço seu segredo posso saber ao menos para quem são? – até tentei sorrir, mas este foi mais para ciumento do que para amigável.
- Até que não diria, mas como ainda não tenho para quem mandá-la posso te dizer. – e com isso ela se levantou e saiu para sua sala.
Quando eu já estava a uns quarteirões de casa, eu a vi trombar com um menino alto, pele branca, cabelos negros e um enorme sorriso - um tipo comum se não fosse pelas vestes que o davam uma aparência de intelectual. Percebi logo que suas inspirações tinham sim um dono. Hoje ela perdeu a graça, pois já havia matado a charada e até eu tinha a ajudado na conquista do rapaz. Que sinto muito em dizer que não durou muito.

Por: Victor Magalhães
ps: A história acima é uma ficção.

5 comentários:

  1. Esse tipo de coisa tem sempre um destinatario. É, algumas coisas acabam perdendo a graça no final.

    bjus =*

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  2. Que lindo!
    Adoreii seu blog!
    Texto perfeito.
    Você se expressa muito bem.
    Beijos

    Tô seguindo

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  3. Nossa, adorei o enigma.
    Addorei o blog (:

    Fica bem
    Beijos

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  4. Lindo, adorei! Me fez ;refletir.
    Virei aqui mais vezes =D
    Beijos.

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  5. OiiOii

    Passando pra divulgar aqui meu novo blog:

    www.minhasmaosdetesoura.blogspot.com

    Se puder dar uma olhadinha.. ^^
    aah,mas tbm continuarei com o Amantes Diamantes (:

    Thanks :*

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