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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Por que não?


Um certo dia, um menino de cinco anos chamado Marcos, com seus cabelos lisos se movendo lentamente com o vento suave e seus belos olhos claros brilhando como diamantes à luz do sol, encontrou um cachorro que revirava o lixo.
Mas o cachorro, ao vê-lo, curvou-se o reverenciando e então começou a segui-lo. Porém, de primeira, o garoto o rejeitou por ser um cão de rua sujo e pulguento. Mudou de idéia depois de perceber os seus olhos tristes e preguiçosos, seus pêlos ainda macios e sua lealdade.
Como um simples gesto de carinho passou sua mão em seus pêlos e perguntou:
- Qual o seu nome cachorrinho?
Ele nada escutou, seu semblante caiu como a chuva suave tocando o chão. Mas insistiu novamente, perguntando:
- Qual é o seu nome, belo cachorrinho?
E aquele pequeno cachorrinho soltou bem alto, em um tom grosso ficando fino ao final:
- Au au au!
Um homem robusto com um olhar indiscreto ficou refletindo sobre tal cena que acabara de presenciar. Resolveu se dirigir ao garoto:
- Garoto, por que ainda insistes com esse cachorro? Não sabes que ele não te entende e não pode se fazer entendido?
O semblante do garoto caiu entristecido, ficou refletindo por algum tempo, não entendendo bem. Resolveu falar:
- Por que não? - Perguntou encarando o estranho com curiosidade.
O homem pensou por alguns instantes se falava a verdade ou deixava a magia da infância continuar... Optou por falar a verdade, já que o que pretendia era analisar o garoto.
- Porque ele é um animal que não pensa. Só o homem é capaz de pensar!
O garoto abaixou sua cabeça pensativo, e a levantou como um semblante doce de criança. Olhou-o nos olhos.
- Que seja!
Então o garoto se levantou e foi embora sem olhar para trás. O cão continuou a segui-lo.


Por: André Alves e Victor Magalhães

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