sábado, 20 de agosto de 2011
Desejo
Naquele lugar frio e sujo
seu conforto era aquele
pequeno livro,
Você se afogava em belas
palavras e esquecia das
coisas ruins a sua volta.
Eu sem pode fazer nada
apenas adimirava,
nunca tinha desfrutado de
tanta beleza e tal cena me
encantava de varias formas.
De varias maneiras tentei chamar
sua atenção,
infelizmente, pouco pude fazer
e meus esforços foram em vão.
Um desejo tomava conta de mim,
e naquele momentos eu só queria
ter você! Te desejava a cada instante.
Nada fiz, coragem me faltava naquele
momento e com tal situação apenas
sorri.
Com aquele sorriso no rosto
vi você fechar seu livro e parti,
e da mesma forma você não
me notastes.
Hoje torno a reencontrarte como
naquele dia, e da mesma forma
você continua sem me notar.
O meu desejo em te ter dessa
vez é mais forte, a vontade de te
beijar enlouquece meu coração.
Nada consigo fazer novamente,
e como na primeira vez torno
a sorrir.
Por: André Alves
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Perdões
Perdoe-me pelas palavras me fogem,
Perdoe-me pelo chão que me falta.
Perdoe-me pelas mentiras que me seguem,
Perdoe-me pela alma que tanto se exalta,
Perdoe-me pela explicação vazia,
Perdoe-me pela indiferença que me fantasia.
Perdoe-me pelos tropeços que me são constantes,
Perdoe-me pelos cumes que me estão distantes.
Perdoe-me pelas identidades tão diferentes,
Perdoe-me pelas imagens não existentes.
Perdoe-me pelos pensamentos que se ausentam,
Perdoe-me pelos medos que me representam.
Mas não me perdoe pelas quedas que me moldam,
Não me perdoe pelas mudanças que me criam.
Não me perdoe pelos defeitos que me tecem,
Não me perdoe pelos olhos que se compadecem.
Não me perdoe pelos caminhos estreitos que escolhi,
Não me perdoe pelas sensibilidades que escondi.
Não me perdoe pela repulsa ao impedimento,
Não me perdoe pelo amor que me é alimento.
Por: Letícia Rosa
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Salvar uma alma
Parecia noite de natal. A neve do lado de fora e a família reunida para o jantar. Mas tinha estranho, algo no clima da casa. Bem, acho que eu era a única a notar tal efeito. Não os culpo, afinal, só conseguem ver o que querem e isso se aplicar aos outros sentidos do corpo. Era meia noite e estávamos todos reunidos na mesa, todos menos Jhony, meu irmão mais novo. Eu me ofereci para procurá-lo, pois mesmo que a mesa estivesse confortável tinha aquela sensação estranha que não me deixava quieta. Subi as escadas e fui seguindo o rastro de maldade até chegar ao quarto dele. Chegando lá, me deparei com um homem todo encapuzado que estava emanando todo aquele clima pesado. Ele estava balançando a mão do meu irmão e dizendo que foi um bom negocio, a me ver sorriu diabolicamente e correu para o banheiro e se trancou, quando consegui abri a porta ele não estava mais lá e a janela estava fechada.
Tentei persuadir meu irmão, no dia seguinte, para me contar quem era e o que queria aquele homem estranho, mas não deu em nada. Desgraçado, eu havia ensinado a ele a resistir a qualquer chantagem para abrir o bico, mas agora isso se voltou contra mim. Ele apenas dizia que se contasse o trato era rompido, deixei de lado por que o garoto já estava chorando. Uma semana depois fui levá-lo para escola e comecei a conversar com a mãe do melhor amigo dele que tinha ido levar seu filho, ela me disse que seu filho estava com câncer no cérebro inoperável e que por um milagre havia sumido. Droga! Agora juntei as peças, aquele idiota vendeu a alma para um demônio e pediu para curar seu amigo. Ok que era o único amigo, mas devemos deixar as pessoas irem. Não falei nada com Jhony, não queria que ele soubesse que eu ia recuperar sua alma. Fiz todo tipo de pesquisa, até aprendi latim. Não existe um jeito de matar demônios, mas posso prendê-lo e exorcizá-lo. Isso me deixou feliz por que eu tenho pelo menos uma arma contra o desgraçado. Só que ele sumiu...
Passaram-se dois anos desde o meu encontro com o demônio que fez o pacto com meu irmão. Já havia perdido as forças e a esperança. Voltando para casa com Jhony eu volto a sentir aquela aura demoníaca. Procuro desesperadamente e do outro lado da esquina eu o vejo olhando para uma menininha linda, ruiva de olhos tão verdes que te rendem a ela. Pergunto a meu irmão quem é, e diz que é Gina Dashwood. Então peço quase chorando para ele pedir para brincar com ela e ele não resiste e nós vamos para casa dela. Já anoitecendo nada acontece e tenho que levar meu irmão. Só que por sorte a mãe de Gina, Shara, pediu que eu ficasse de babá, pois ela ia jantar fora com o marido e até ia chamar uma babá, mas como eu já estava lá, e eles até me pagariam. Aceitei. Quando os Dashwood pais saíram espalhei armadilhas por toda casa. Já era quase 23h00min e as crianças estavam dormindo, Jhony no quarto de hóspedes e Gina em seu quarto, e comecei a sentir aquela presença e fui correndo para o quarto de Gina. Entrei no quarto e ele estava preso no símbolo que eu havia colocado debaixo do carpete. Ele estava furioso. Tive que tirar Gina às pressas de lá. Voltei e comecei a negociar com ele. Ele sorria irônico toda vez que eu começava a falar, até que eu gritei que queria a alma do meu irmão de volta ou ele voltaria pro inferno. Ele parou, olhou nos meus olhos e me fez uma proposta: ele devolveria a alma do meu irmão e seu trabalhasse pra ele. Eu ia dizer que não, mas quando eu abri a boca ele disse que não era pegar almas pra ele só eliminar a concorrência, pois eu tinha certos “poderes” já que eu o havia sentido...
Quando sai do quarto percebi que os dois estavam ouvindo a conversa e sabiam o que fiz, mas ninguém contou pois foi tudo para salvar a vida do meu irmão.
Por: Victor Magalhães
sábado, 29 de janeiro de 2011
Julgado
Por becos sem saída vou sendo julgado
Por olhares incertos nada concretos,
Julgado apenas pra preencher um vazio.
Pessoas que nunca se saciam com a tristeza
De almas perdidas, derrotadas pela dor.
Outra vez embriagado choro lágrimas doloridas,
Lágrimas que ao escorrer cortam a pele
Como navalhas afiadas.
Ao tocar o chão fazem tudo ao meu derredor tremer
Com o peso da dor que ali se encontra.
Assim continuo sem uma saída concreta.
Do que adianta me perguntar se está tudo bem?
Se tu és a que menos te importas com a resposta?
Tu que já me machucastes tantas vezes...
Por: André Alves
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Poupar-me
Escolhi não me lamentar. Não quero olhar para trás. Não quero remoer o arrependimento. Nós sabemos bem o que perdemos. Agora que já não somos os mesmos, por que permanecer? De que nos vale essa guerra perdida? Por muito tempo eu tentei inutilmente me manter firme, mesmo sem forças. Mas hoje me entrego, como deve ser.
Essa pode ser a sua idéia de fraqueza, mas tive que ser forte para deixar tudo isso para trás. Voltei pelo mesmo caminho que vim, e recolhi todos os cacos que por ali deixei; não há nada mais desgastante que continuar uma caminhada em pedaços. Não haveria vitória no final, não havia motivos para continuar. Me redimi antes que fosse tarde.
Mas por favor, não me veja como “alguém que desistiu”, mas como “alguém que se cansou de meios termos”. Resolvi dar-me uma nova chance, poupar-me. Resolvi partir. Resolvi seguir um novo caminho onde nem tudo se rompeu.
Por: Letícia Rosa
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Só quero ir em paz
Já me cansei, realmente cansei,
Esse joguinho não funciona mais.
As mesmas palavras não vão
Me fazer levantar,
E eu não vou voltar.
Eu só quero uma saída!.
Pra sempre “”Haha” isso já se foi,
Palavras e mais palavras.
Eu só quero ouvir a verdade,
Apenas a verdade,
Pois as mesmas palavras não vão
Me fazer levantar.
Eu só quero ir em Paz!
Vejo que este é meu fim,
Então me diga bem alto:
“Eu não te amo mais.”
Eu só quero ir em Paz!
Já me cansei desse jogo sujo,
Isso não vai funcionar.
Eu só quero partir em paz,
Só quero uma saída.
Só quero a verdade!
Então me diga bem alto:
Eu não te amo mais.
Por: André Alves
sábado, 15 de janeiro de 2011
Talvez tarde de mais
Eu esperei, mas nada esperou por mim. Calmamente, rotineiramente e silenciosamente a roda continuou a girar, o ciclo seguiu. Eu permanecia calada, quieta.
Como uma espectadora abobada de uma peça - esperando o final feliz - me esqueci que o papel protagonista pertencia a mim.
Os demais atores foram executando o que lhes diziam respeito. Eu, porém, cerrei os olhos para a peça que continuava vazia.
Sentia ventos e turbulências, mas nada pôde abrir meus olhos para o que eu me negara a ver...
Nada, além do forte baque das passagens, quando, mesmo involuntariamente, confrontei-me com as conseqüências.
Sem que eu percebesse, tudo havia mudado. Eu havia mudado.
Então me dei conta, talvez tarde de mais, da rapidez com que o tempo passa.
Por: Letícia Rosa
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Pincel e tintas
Pincel e tintas. Um novo começo.
Traços negros, azuis, no início da dança.
Pingos de branco, prata e ouro. "São estrelas, não vê?".
No meio de um céu um pouco vazio surgem, saltando, imagens e brilhos, vindouros de um novo amanhã.
"É a vez do laranja, menina, se apresse".
Traços alaranjados, amarelados, vermelhos e molhados de manhã e pureza, em meio a um astro rei que, silenciosa e gloriosamente toma o lugar de luzes outrora inventadas.
"Mas o que é aquilo que vem surgindo no bailar do seu pincél ?".
Verde. Verde vivo, orvalhado de sol e tinta. Fitas verdes, que se balançam junto a algo que se mistura em meio às cores. "Bom dia, senhor vento". Em meio às fitas verdes, surgem pedaços de marrom, que ganham espaço, empurrando o verde pra cima. O tom avermelhado dá espaço a um céu límpido, tímido e generoso. Marrom, verde e azul.
"As cores juntas ficam lindas, não é?".
Montes volumosos, com mais do verde e do marrom, abrem frestas que brotam o mesmo azul do céu. Azul que dança, carrega e seduz. Em meio a esse azul que escorre, pequenas formas brilhantes, que refletem a luz do sol em diferentes cores, escamas que refletem a luz do fluir, se movendo de um jeito especial, como se a vida não pudesse esperar. E não pode.
" O que são aqueles pontos coloridos entre o verde e o azul do céu? ".
Pássaros, borboletas, libélulas, arrastando as cores, fazendo do canto arte, e do voo vida.
"Largue esse pincel. Use dedos, se misture, menina, ande logo ".
Agora sou eu, correndo no verde, acariciando o azul, dançando no mato, correndo nos montes, ao som da natureza que criei, sujando de mim, aquilo que sempre me pertenceu e nunca tinha sido meu.
" É nosso mundo menina, você vê ? ".
As coisas já não precisam ser pintadas, nascem. Nascem comigo, descobrindo-se comigo e me envolvendo dos pés à cabeça, enquanto corro, em busca de mais música.
"As cores são tantas, acho que nunca vi algo tão lindo ".
Movimento, voo, dança, corrida, pulo, cambalhota, sorriso, mistério, paixão, poema. Um menino, deitado, caído em sono, sorrindo de um sonho, numa tela borrada de tinta, suor e amor.
Por: Neemias Melo
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