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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Para: Victor Magalhães


Hey pequeno irmão, sei bem que já és forte,
Há tempo que não há mais palavras entre nós...
Admiro tanto a tua coragem!
Mesmo assim sinto que preciso enviar-te força,
Não da boca para fora, nem só palavras.
Sabemos que na mente humana
Existem sim, meios-termos,
Existem sim, meias verdades,
E nesses meios nos perdemos.
É uma prova de fogo.
Talvez não seja prova nenhuma...

Peço a Deus tempo.
Preciso de muito tempo ainda
Para viver no teu mundo,
Compartilhar teus planos.
Não me deixe de fora.
Por favor irmão!

Quero que saibas que eu te amo.
Quero que sintas isso.
Se for uma guerra, venceremos
Mesmo que não estejamos juntos.

Eu que vi-te nascer.
Crescemos juntos.
Ainda éramos pequeninos
E brigávamos tanto...

Queria tanto que estivéssemos juntos!
Seriamos mais fortes...
Fui tão egoísta e injusta contigo!
Pensei em meus problemas
E fugi deles, talvez quando
Mais precisavas de mim.

Te deixei sozinho e já sofrestes tanto..
Talvez precisavas de mim longe,
Para crescer, é uma hipótese...
Eu que já te magoei tanto,
Peço-te perdão, por favor. Por mim.
Também pelo pai e pela mãe.
Eles não têm tanta culpa de tudo,
São apenas humanos.
Crianças como todos, como nós.

Sei que tínhamos uma família,
Mas nada separa os irmãos.
Garanto-te que vai ser tão bom
Quando estivermos juntos de novo!
Tu que de pequeno já não tens nada...

Mas é assim que sempre vou me lembrar de ti.
"Seu chato, meu cúmplice, meu irmão, meu melhor amigo..."
Por favor aguenta-te ate nos reencontrarmos!
Por favor se cuida! Mantêm-te vivo.
Mantêm-te original e puro,
E não importa o que acontecer.

Sabemos que esse mundo é cruel, desigual e injusto,
Mas há muita beleza, bondade, perdão e sobretudo o amor.
Nada pode te tirar de mim!
Serás sempre meu pequeno irmão.
Sempre terei orgulho disso.
Mesmo que erres, estarei do teu lado
Para te ajudar a levantar.

Preciso de ti para me corrigir, meu companheiro.
Pensas em mim, não te esqueças
Da tua irmã mais velha que chorando,
Numa dessas noites de insônia,
Tenta enviar-te as lágrimas traduzidas em palavras...

Por: A.L.Magalhães

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Tantas viradas


Meu coração está cansado de construir sonhos apenas para, logo após, vê-los destruídos. De estabelecer metas para vê-las ao chão.
Inevitavelmente eu construí barreiras altas, e me mantive – ainda me mantenho – esperando sei lá o que.
As horas passam, os anos escorrem por entre os dedos...
Eu tinha uma fantasia que brilhava aqui dentro. Eu tinha uma inocência tão linda... Ah, meu bem, eu tinha uma verdade! Mas às vezes parece que meus sonhos não pertencem a esse mundo...
Não é desistência, meu bem, nunca foi... Eu só sinto falta de um colo, de umas mãos por mim. De alguns motivos qualquer.
Eu soube o que dizer um dia... Eu soube como escalar essas montanhas. Alguma coisa aconteceu entre essas tantas viradas...

Por: Letícia Rosa

sábado, 11 de dezembro de 2010

Querido diário III


Bem, tenho me esquecido de viver. Às vezes isso é mais fácil do parece, ao menos pra mim.
Eu estou em pedaços, mas não por estar quebrado, é só que dentro de mim tem várias pessoas que não conheço e que sou eu, às vezes não.
Sabe, é esse mundo que tenho dentro de mim, que cabe a mim pintá-lo de dar forma. Não quero que esses pequenos seres estejam presos a mim...
Talvez Deus tenha se sentido assim, porém meu caso é mais grave. Não sou perfeito. Pelo contrario sou tão humano que isso às vezes me faz feliz e outras não.
Não é como se gostasse deles é que apenas devo isso a eles. Se eles estiverem livres então eu também estarei livre pra estar vazio e me encher de tudo que esse tal amor pode me dar, inclusive suas dores. Sim as dores do pecado de amar...
Poder deixar minhas marcas de batom “nele” e ter suas marcas em mim.
Enfim, talvez eu esteja exagerando. Bem, se sou metade e preciso dele pra me completar, porque devo me desfazer dessas pessoinhas, além do que pra onde irão?
Quem sabe eu ache uma droga que me faça vê-los sem o tarja que cobre suas falas e sentimentos?
O que pretendia te contar é que tenho perdido muito tempo. Não com bobagens, é claro. Mas com pessoas, com pretensões que tenho perdido, com você... Mesmo que você esteja magoado... Bem, eu preciso de uma pele na minha, de alguém que me responda, alguém que diga que me ama. Bem pelo menos você sabe quem é, porém ele não.

Por: Victor Magalhães

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Partida

"Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida.
Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de
ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em
meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava.
Completo, partiu." - (Caio Fernando Abreu)

O dia de sua partida estava lindo... Que ironia!
Recolheu todos os cacos de seu coração, crendo no poder cicatrizante e renovador dos seus novos passos. Sacudiu o pó. Quebrou todas as correntes que ainda restavam. Respirou todas as suas angustias. Tomou toda a força que ainda lhe restava.
Tirou também os sapatos, não queria deixar pegadas. Pegou todos os vestígios, mas deixou sua antiga casca para trás. Por inteira, esvaziou-se do que fora, para assim seguir ao encontro, quem sabe, de um novo “eu”.
Levantou-se disposta. Apesar dos pesares, não sentia muito pela sua escolha. Por mais que a doesse, a dor nunca lhe parecera mal, apesar de cruel... Mas a desistência, nunca fizera parte de sua essência. Sua situação, que estava incontrolável, precisava de um fim.
Sabia o que era preciso, e assim o fez. Sem cálculos ou objeções... Até conseguiu sorrir levemente com a brisa de novos horizontes que logo a tocou.
E assim sendo, partiu. E nunca se permitiu olhar para trás...

Por: Letícia Rosa

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Realidade


Sonhos se perdem a cada noite.
A realidade se transforma a cada dia.

Pessoas morrem a todo instante,
Em busca do melhor para todos
E contra o melhor para poucos.

Flores são regadas a lágrimas,
E morrem após serem pisoteadas
Por pés frágeis e sorrisos falsos.

Rostos infantis se desesperam
Ao ver os seus heróis serem
Desmascarados por suas próprias mentiras.

Somos obrigados a voltar ao passado,
A procura de alguma inspiração
Para alimentar nossos sonhos.

Por: Gabriel Campos

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Aqui dentro


Trago os desesperos
Dessas dores meio gritantes,
Os impulsos incontroláveis
Desses cálculos forjados.

Venho com os exageros
Desta conhecida peça,
Com a lentidão mórbida
Dessas fragilidades.

Sou toda questões
De conclusões sem alicerce,
Toda passos sórdidos
De viagens sem porto.

Então, sente-se aqui ao meu
Lado e - mesmo que por um
Escape qualquer - deixe-me
Ser quem tanto...

Por: Letícia Rosa

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Esquecer


Livros, mesas, sonhos e realidades.
Segurando a gravidade agora.
Em minha frente lembranças, desgostos, saudades.
Deixei pra traz pelo peso que causava
Carregá-los em um pequeno espaço.
Talvez isso seja tudo, talvez seja apenas eu.
O agora é apenas um suspiro lembrando um beijo
Que deveria ser roubado.
Uma musica sobre a atualidade, sempre fútil,
Faz-me lembrar o quanto fútil sou.
Talvez você não faça ideia do que é para todos.
Talvez todos não façam ideia do que são para mim.
Parece que o silencio é o mundo que me perco quando
Olhar tudo é esquecer todo o resto...

Por: A.L. Magalhães

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um dia


Estava frio ali. Frio demais. Estava escuro também. E eu estava nu.
Eu não enxergava nada, mas corria. Tropeçava. Caía. E caído, me contorcia. Molhado pelas minhas próprias lágrimas, eu não fazia um só barulho. Eu tremia, batia a cabeça nos joelhos, no chão. Passava a unha com força nos meus braços e face.
Eu não podia ver, mas os arranhões sangravam me sujando de vermelho, enquanto eu fechava as mãos com força e as batia contra o chão, levantando minhas costas e batendo com força no chão, repetidas vezes.
Ali, dentro de mim, eu morria devagar. Fazia do vazio meu amigo, e me unia a ele, me servindo das suas agonias, seus terrores, seus perigos. Ali, dentro de mim, eu era o nada, e aquilo não significava nada, nem pra mim, nem pra ninguém.
Um dia eu sararia. Um dia eu mudaria. O calor chegaria, a luz não fugiria de mim. Um dia eu não estaria nu, nem machucado, nem morrendo. Um dia eu sorriria e conseguiria gritar. Mas um dia não chega... simplesmente não chega.

Por: Neemias Melo

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quanto tempo?


De repente lhe ocorreu que algum tempo já se havia passado...
Foi até o espelho. Passou as mãos nos seus cabelos brancos, suas rugas...
Quanto tempo? Quando deixou de ser um ser humano? Quantos ainda sobravam? Quantos compromissos havia deixado de lado?Para quantos cargos já havia sido promovido? Quanto tinha se demorado em construir a sua casa dos sonhos? Quanta vida havia se perdido? Qual foi a recompensa?
Olhou em volta. Sua casa tão linda, com uma mobilha tão cara... Tão vazia!
O despertador tocou, anunciando o horário de mais uma reunião. Decidiu-se por não ir.
Hoje pôde notar como tudo tinha sido em vão. Nem se quer se lembrava do que vivera nos últimos anos... Talvez porque simplesmente não vivera.
Pensou em ligar para algum amigo. Mas não os tinha. Pensou em visitar algum parente. Mas depois da morte de seus pais, não manteve contato com nenhum deles. Não tinha namorada, apenas algumas noitadas com lindas garotas e muito dinheiro na carteira. Não havia ninguém por ele...
Mas já era tarde para arrependimentos... Isso não lhe foi permitido...
O coração que já não estava tão bem, o traiu de vez.
Logo ele, um homem tão rico e tão influente...
“Não tempo tinha a perder, era muito atarefado e não se dava ao luxo de abrir uma exceção”.
Sendo assim, depois de uma forte dor, suas vistas escureceram, seu corpo todo amoleceu, e suas forças acabaram por inteiro. Deslizou lentamente na parede que usara para apoiar-se. Chegou ao chão. E ali, adormeceu... Eternamente...

Seu corpo, encontrado pela empregada doméstica foi velado, sim. E o seu velório, claro, estava repleto de queridos amigos, com queridas lágrimas, de queridos olhos, que tanto queriam aquela querida fortuna que não havia deixado herdeiros.

Por: Letícia Rosa

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Perdido


Me encontro perdido.
Hoje queria poder escrever tudo aquilo
Quer sinto, tudo aquilo que realmente
Eu queria escrever aqui.

Estou cansado de carregar esse peso
Mas meus esforços são em vão.
As palavras fogem da minha boca,
E me afogo em tal situação sem nenhuma
Mão pra segurar, sem um amigo
Que possa me salvar.

De certa forma até me sinto feliz,
Pois é a única saída que tenho
Pra jogar esse peso fora.

Não consigo compreender e mais uma vez
As palavras fogem de mim...
Mas saiba de uma coisa: eu te amo.

Por: André Alves

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Eu juro


Eu tentei. Eu juro que tentei. Juro que me esforcei pra tentar deixar tudo certo e, quando percebi, tudo estava desmoronando. Juro que não notei as lágrimas que corriam do teu rosto enquanto eu partia sem me despedir. Juro que tentei ser melhor, fingir ser outra pessoa, ser alguém menos diferente, mas não deu, na dava, não dá. Juro que ainda te amo, e que ainda sinto falta do teu abraço e do teu beijo. Eu juro que dei o melhor de mim. Mas não me peças pra voltar. Não me peças pra arriscar algo que sabemos que não darei. Não te preocupes comigo também, eu me viro, eu sempre me virei. Seja feliz, seja você, e não me queira mais. Sinta saudades minhas, pra que eu me sinta ainda teu. Mas tu não és mais minha, e é assim que será. Tu estarás no meu coração, e quanto a ti, guarda-me na tua memória. Lembra do meu sorriso, do meu abraço, dos momentos que passei contigo. Não me espera pro café, mas guarda sempre um pedaço de bolo pra mim.
Eu estarei por perto, eu juro.

Por: Neemias Melo

domingo, 7 de novembro de 2010

Porta aberta

"Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim" (Caio Fernando Abreu)

A porta estará sempre aberta.
Venhas quando desejares,
Fiques o quanto quiserdes.
Tenho te esperado tanto...

Fiz uma nova canção.
Gostaria que tu a ouvisses.
Gostaria também que pudesses
Dar uma olhada no meu jardim.
Lembra-te das flores que
Estava regando a lágrimas?
Pois bem, todas elas cresceram...
Agora exalam um aroma de sorriso...

Da ultima vez em que te visitei,
Vi que cultivavas um pouco de
Sonhos e esperanças...
Mas também medos...
Traga notícias, preciso saber como estão,
Preciso saber de tuas verdades.

Venhas assim que puderes.
Traga contigo este teu sorriso
E também as tuas palavras - sempre certas -
Que juntos têm o dom de fazer-me crer...

Mas quando hora de partirdes chegar,
Não te esqueças de deixar, também
A tua porta aberta, para que eu possa
Saber como andam tuas canções...

Por: Letícia Rosa

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Pode chorar, pequena


Então ela, com os pés descalços, veio até mim com os olhos marejados, sem me olhar nos olhos. Tinha muito a dizer, mas naquele momento nada conseguiria pronunciar.
- Venha cá, pequena - disse eu, percebendo nos seus pés sujos que os caminhos que ela havia trilhado haviam sido, novamente, perigosos demais - Depois tratamos dessas feridas, mas por enquanto fique aqui, nos meus braços. Isso... não precisa ter vergonha de chorar. Não precisa dizer nada, eu entendo. Apenas respire.
E afastando os fios do seu cabelo negro daquela face molhada e um pouco suja, beijei-lhe a testa.
- Não se afaste de novo, ou você vai se machucar mais. Confie em mim, eu não vou te deixar cair.
Ali, eu conseguia segurá-la em meus braços, e olhava atentamente as marcas feitas por outras quedas. Tão pequena, tão sozinha, tão perdida. Um dia ela cresceria, se tornaria forte, e retiraria do caminho cada pedra que a pudesse machucar. Mas enquanto isso, eu estaria ali, com meus braços abertos, torcendo pra que meu abraço bastasse.

Por: Neemias Melo

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Constante batalha


- Eu queria te contar uma coisa, Murilo. – Disse eu com um sorriso malicioso.
- O que é Marcos?
- Eu transei com a Maria Eduarda. – Respondi com naturalidade.
Murilo parou o carro rapidamente, sem se quer perceber que estava furando o sinal.
- Isso é brincadeira, não é? – Disse ele com os olhos marejados.
- Não – Respondi com frieza.
Esse foi o nosso último diálogo. Depois disso, foi tudo socos, lágrimas, gritos...
- Nós iríamos nos casar no final do ano, seu vaga...
Tudo que me lembro foi de sua fala sendo interrompida por uma luz seguida de um baque.
Acordei com uma tremenda dor na cabeça e na perna. Minha mãe, ao ver que eu havia acordado, veio dizer-me que deveriam ter de amputar a minha perna... Mas as minhas lágrimas se deveram ao fato de que, por uma culta unicamente minha, a vida do meu irmão havia chegado ao fim. Uma culpa unicamente minha.
Como fui arrogante! Todos somos iguais, todos cometemos erros. Nossa arrogância nos cega a ponto de não ter mais volta. Como fui tolo de me deixar levar pelo ódio, pelo ciúme... Mas agora lamentar não adianta, perdi uma parte de mim, nunca mais o verei. Nunca mais.
Maria Eduarda, é claro, superou muito bem. Nunca o amor verdadeiramente. Talvez você até pense que eu também nunca o fiz, mas sim. Sempre o amei como uma parte de mim, mas minha arrogância me cegava. Mas que isso, me impedia de entender a complexidade do amor. Até esse dia em que tomei um “tapa na cada da vida”, que me derrubou, abriu meus olhos e... Me feriu!
A dor... Uma palavra tão pequena... Um peso tão grande...
Não é segredo que ela nos faz amadurecer. Na verdade, eu precisava disso. Precisava entender que todos somos miseravelmente iguais, que todos estamos sujeitos à morte... Que somos mais que sangue e intelecto e que cada um de nós é belo por si só, e principalmente que não é pedestais.
Mas mais que tudo, aprendi que é preciso humildade para aceitar as quedas. Que as pedras das nossas caminhadas, são necessárias para que caminhemos melhor. Que a vida é uma constante batalha que não permite desistências. Ela exige soldados fortes, que tenham fé, e que saibam sim, cair, mas fazer de cada queda um aprendizado para levantar-se melhor, disposta a seguir em frente e lutar constantemente nesse nosso eterno combate.

Por: Vinícius Costa e Letícia Rosa

domingo, 31 de outubro de 2010

É esta a solução?


Então é esta a solução? Exalas o cheiro das tuas desgraças. Compraz-te com a languidez dessas notas mortíferas. Decompõe-te entre teus cortes e tuas queixas. Absorves apenas os estrumes do que a vida já te ofereceu.
Então é esta a solução? Teus “eus” quebrados. Teus pedaços espalhados. Teu caminho sem desvio. Tuas verdades desacreditadas. Tua fuga. Teu cansaço. Tua fera. Teu pescoço enrijecido. Teu eterno assassinato.
Então é esta a solução? Uma caneca. Um desespero. Uma aceitação. Um embaraço. Uma perda. Um discurso. Uma desistência.
Então é esta a solução? Pronuncias o “nunca mais”. Inspira tuas mágoas. Ouve apenas teus gritos interiores. Sentes o gosto do vazio. Anuncias teu próprio fim.
É realmente... esta a solução?

Por: Letícia Rosa

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A enigma


Alguns dias atrás na volta pra casa resolvi pegar o caminho mais longo, afinal eu estava meditando e precisava de um tempo. Refleti muito sobre a política, sobre nossas atitudes egoístas mesmo quando achamos que fizemos a coisa certa. Sabe? Quando achamos que por deixar um idoso ou um deficiente físico passar na frente da fila do banco, afinal por que nos sentimos tão bem sendo que era um dever? Sim, chegamos a esse nível!
Mesmo enquanto pensa nessas coisas não consegui tira-la da minha cabeça, tira-la de mim. Gostava dela especialmente por não entendê-la bem, ela era um enigma, pois não sabia se gostava de mim ou não ... Um idiota eu era, afinal, eu a vi apenas algumas vezes. Não, minto. Um dia cheguei a conversar com ela. Tentarei resumir a conversa, mas creio que não haverá necessidade...
Enfim, ela estava sentada nas escadarias do colégio concentrada em uns papeis e quando vi que um havia caído prontifiquei-me a pega-lo, pois sabia que seria no mínimo romântico, mas me desapontei ao ver o que estava escrito:

Querido, queria poder dizer que o amo
Mas o odeio cada vez mais
Uma vez que tenha me roubado
Roubado o que me mantém viva
O que agora passa a ser voc


Bem só foi até ai que ela escreveu. Após devolvê-la comecei a interpelá-la ferozmente, o que pude entender, pela sua reação, que pareceu meio estranho.
- Oi, bonito o que você estava escrevendo! – disse isso ainda constrangido tentando mudar de assunto
Ela sorriu num misto de timidez com raiva e rapidamente tomou o escrito de minhas mãos – Obrigada! Você sempre lê as coisas alheias?
- Oh, me desculpe! – tentaria evitar, mas já estava muito endereçado no destinatário daqueles escritos. – bem, já que conheço seu segredo posso saber ao menos para quem são? – até tentei sorrir, mas este foi mais para ciumento do que para amigável.
- Até que não diria, mas como ainda não tenho para quem mandá-la posso te dizer. – e com isso ela se levantou e saiu para sua sala.
Quando eu já estava a uns quarteirões de casa, eu a vi trombar com um menino alto, pele branca, cabelos negros e um enorme sorriso - um tipo comum se não fosse pelas vestes que o davam uma aparência de intelectual. Percebi logo que suas inspirações tinham sim um dono. Hoje ela perdeu a graça, pois já havia matado a charada e até eu tinha a ajudado na conquista do rapaz. Que sinto muito em dizer que não durou muito.

Por: Victor Magalhães
ps: A história acima é uma ficção.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Adiante


É nisso que o desespero nos torna. Viramos nossas costas, fechamos nossos olhos. Por que nos obrigamos a esquecer e seguir em frente? Por que nada mais é confortável? Por que diabos nós deixamos tudo aquilo cair ao longo do caminho?
Não. Isso não é o que queríamos, é?
Olhe, eu queria poder dizer-te que tudo será reconhecível. Queria tanto poder dizer-te que quando tudo isso passar, seremos os mesmos. Que nossos corações permanecerão sem cortes. Mas... Isso já aconteceu antes. Os fardos se tornam pesados de mais para os braços infantis...
Os ciclos são necessários.
Passamos por cima de tudo que podíamos. Desfizemos de tudo que fomos capazes. Trancamos o nosso passado em nossas caixas. O resto nos foi roubado.
Mas nós sempre seguimos adiante.
Com dores, amores... Perdidos, escondidos ... Por mais fundo que tentamos esconder essa realidade, ainda somos meras crianças assustadas. Ainda somos carentes. No final das contas, o que queremos é apenas que haja um ombro a se molhar. Que alguém nos abrace, nos conforte e diga que está tubo bem.
Queria tanto que estivesses aqui!


Por: Letícia Rosa
ps: Este texto foi inspirado por [e é dedicado a]: Victor Magalhães

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Os Lunáticos


Eram 2 horas da madrugada, numa sexta-feira, aqui na minha cidade. Não conseguia dormir, devia ser o excesso de café. Fui pra uma parte do meu apartamento que eu quase não frequentava, a sacada. A partir deste dia, deste exato momento, minha vida passou a ter um sentido diferente.
Às 2 horas da manhã, muitos dormem por terem que acordar cedo, mas existem aquelas que vivem a noite, não existe o seu dia ensolarado, mas sim, a sua madrugada estrelada. Naquele dia sentado na sacada do meu prédio, passei a ver a cidade de uma forma que não via antes, talvez por falta de tempo. Podem ter outros que não gostem, mas hoje em dia o meu hobbie é ficar toda a madrugada escutando dos carros, dos aviões, das pessoas, das músicas, e até mesmo das sirenes. A brisa lá de cima suaviza minha mente, me faz esquecer de tudo. Foi até quando me perguntei se existiam pessoas assim como eu, com esse hobbie estranho, um tanto exótico
Resolvi procurar na internet a respeito disso, me dizendo que era uma coisa muito sem sentido, mas eu fiz. Fiquei não mais que meia hora até encontrar um blog chamado “Os Lunáticos” que era de pessoas da minha cidade. Lá havia postagens de usuários a respeito da mesma coisa que eu fazia, o mais surpreendente, foi quando descobri que suas idéias e sentimentos eram iguais aos meus.
Este pode ser um conto meio “cafona” para alguns, mas pra mim foi uma grande mudança, tanto no meu lado físico, quanto no espiritual. Todas as madrugadas dos finais de semana, me reunia no blog com os Lunáticos e discutíamos sobre nossas sensações. De uma coisa tenho certeza, aliás, temos: A cidade é como uma pessoa, muitas vezes no dia passa o tempo bastante ocupada, com muitos problemas e rotina, à noite também em alguns casos, ela descansa, esquece tudo, mas permanece vivendo e sentindo.

Por: Vinícius Costa
ps: A história acima é uma ficção.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Pra dizer em aberto


Nesse sincero desrespeito
Que hoje te trago em aberto,
Revelo o que em meu peito
Há muito, estava encoberto.

Pra dizer que a tua ira não me alcança
E que a tua comédia apenas me cansa.
Pra dizer que a tua falsa opinião
Nunca respondeu à nossa eterna questão.

Pra dizer que a tua inconstância
Nunca afetou tuas filosofias banais.
Pra dizer que minhas cordas vocais
Não suportaram o peso da tua ignorância.

Pra dizer que teu passado te condena
E eu não estou disposta a pagar a tua pena.
Pra dizer que te futuro é uma caixa vazia
E me assombra a tua fantasia.

Pra dizer que o teu peso não me destrói
E que a tua hipocrisia ainda persistirá.
Pra dizer que eu presente nunca existirá
E que a tua fúria não me corrói.

Por: Letícia Rosa

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Quarto escuro


Hoje me encontro desolado,
Ao canto sem muito o que dizer.
Me perco em um universo vazio
Sem muito o que esperar.

Você já se encontra tão longe
Que meu coração já cansou de esperar.
Amor isso só foi no momento
Em que você partiu.

Aqui estou sem muito o que fazer.
Tampouco consigo entender
Porque está assim.
Não sinto nada além de tristeza.

No meu quarto escuro me
Encontro sem esperanças.
Meu olhos ardem de tanto chorar.
Hoje já não sei mais o que procurar.

Pois a luz se foi e
Nesse momento esse quarto só
Se encontra mais frio e escuro.
Onde tão poucas coisas consigo entender.

Por: André Alves

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Oh, venha!


Oh amor, venha! Chegue mais perto! Deixe-me desvendar os teus mistérios, descobrir teus desejos Deixe-me sentir o teu sorriso mais próximo. Deixe-me dizer-te a verdade que tenho prendido entre os dentes. Deixe-me esquecer o passado, esqueça-o também.
Oh amor, venha! Mais perto. Deixe-me pronunciar as palavras que me arranham a garganta. Deixe-me deitar em teu ombro e sentir o teu cheiro, só pra esquecer meus medos. Deixe-me agarrar-te, nunca deixaste ir. Deixe-me contar os meus segredos, meus sonhos. Deixe-me traçar novos caminhos, mudar meus planos, encaixar-te.
Oh, amor venha! Deixe-me morar em teu abraço, sem preocupar-me com mundo lá fora. Deixe-me ver-te em meu futuro, para que eu possa não mais temê-lo. Deixe-me ouvir tuas palavras sinceras, acreditá-las.
Oh, venha! Venha por inteiro! Venha com medos, defeitos, anseios. Venha com lágrimas, feridas em aberto, saudades. Venha com sonhos, passado, presente e um futuro ainda por ser escrito.Venha com pesquisas, descobertas. Venha sem expectativas, sem exaltações, sem planos. Venha com todo o amor que tenhas. Venha com tua vida, e faça com que seja nossa... Uma só...

Por: Letícia Rosa

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Por que não?


Um certo dia, um menino de cinco anos chamado Marcos, com seus cabelos lisos se movendo lentamente com o vento suave e seus belos olhos claros brilhando como diamantes à luz do sol, encontrou um cachorro que revirava o lixo.
Mas o cachorro, ao vê-lo, curvou-se o reverenciando e então começou a segui-lo. Porém, de primeira, o garoto o rejeitou por ser um cão de rua sujo e pulguento. Mudou de idéia depois de perceber os seus olhos tristes e preguiçosos, seus pêlos ainda macios e sua lealdade.
Como um simples gesto de carinho passou sua mão em seus pêlos e perguntou:
- Qual o seu nome cachorrinho?
Ele nada escutou, seu semblante caiu como a chuva suave tocando o chão. Mas insistiu novamente, perguntando:
- Qual é o seu nome, belo cachorrinho?
E aquele pequeno cachorrinho soltou bem alto, em um tom grosso ficando fino ao final:
- Au au au!
Um homem robusto com um olhar indiscreto ficou refletindo sobre tal cena que acabara de presenciar. Resolveu se dirigir ao garoto:
- Garoto, por que ainda insistes com esse cachorro? Não sabes que ele não te entende e não pode se fazer entendido?
O semblante do garoto caiu entristecido, ficou refletindo por algum tempo, não entendendo bem. Resolveu falar:
- Por que não? - Perguntou encarando o estranho com curiosidade.
O homem pensou por alguns instantes se falava a verdade ou deixava a magia da infância continuar... Optou por falar a verdade, já que o que pretendia era analisar o garoto.
- Porque ele é um animal que não pensa. Só o homem é capaz de pensar!
O garoto abaixou sua cabeça pensativo, e a levantou como um semblante doce de criança. Olhou-o nos olhos.
- Que seja!
Então o garoto se levantou e foi embora sem olhar para trás. O cão continuou a segui-lo.


Por: André Alves e Victor Magalhães

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Será que poderias?


Será que podes sentir? Será que realmente podes ouvir? Sabe, às vezes é como se eu perdesse todo o meu autocontrole. Me reflexo, agora, me confunde. Como foi que chegamos até aqui?
Será que entenderias? Será que realmente te importarias? Há tantos labirintos, tantos abismos. Entre o sim e o não sempre há um precipício. Escondi minhas verdades entre as linhas desse desinteresse. Desculpe, nunca soube os limites das minhas idealizações. Há muito, perdi o ponto entre o mundo e minhas fantasias.
Será que podes tocar? Será que realmente queres tentar? Ao longo do caminho há várias pedras, várias aberturas. Em toda a estrada há pedaços de mim. Aqui tudo foi redimido, quebrado. Mas entre todas as coisas que tenho de perder, não quero que isso se vá.
Será que podes ver? Será que realmente te arriscarias a perder? Aqui dentro já há vários remendos e os calos tornaram essa superfície quase impenetrável. Mas ainda há sangue e espaços. Eu não sei a minha direção. Ainda espero que pegues minha mão, diga-me que não há nada a temer e que podes guiar-me. Será que poderias?

Por: Letícia Rosa

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Quando nos encontrarmos


Quando nos encontrarmos
Vai ser tudo tão bom!

Vamos nos lembrar dos bons
Momentos que passamos juntos.
Essa amizade vai ser eterna
Pois meus momentos com você
Serão inesquecíveis.

Amo sua amizade.
Amo você.

Por isso, quando nos encontrarmos
Vai ser tudo tão novo,
Como na primeira em que te vi.
Porque quando nos encontrarmos
Vai ser tudo tão bom!

Por: André Alves

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Não há nada


Não há culpa. Não há desespero.
Não há dor. Não há redenção.
Apenas este vazio indicando
Que algo essencial se foi.

Desculpas nunca são suficientes.
As fechas sempre apontam
Para o que preferiu se calar.
Desculpe, não hei de implorar.

Nunca houve mentiras, ou falácias.
Nunca houve meios termos.
E assim chegamos aos extremos
Da verdade acompanhada pelo fim.

Foi assim, como se nunca houvesse
Existido história, reciprocidade.
A poeira do tempo tratou de apagá-las
E assim fará com todo o resto

Por: Letícia Rosa

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Querido diário II


Percebi que não se trata de inspirações
Trata-se de “conhecer a ti mesmo”,
Assim consigo ir alem do que me impõem,
Consigo ver, através de mim,
A essência da humanidade.
Estranho, dizem ser algo de outro mundo,
Algo impossível, mas depois de
Compreendida torna-se tão banal.

Exemplo:
Quanto se tem aquela vontade
De comer algo que não existe,
Este tão relacionado à “morte”,
Que é um assunto tão amedrontador.

Trata-se de sua inconformidade
Com esse mundo, com a vontade de sair,
De encontrar um motivo pra acordar,
De vibrar ao ritmo da musica,
De arrepiar a cada nota nova,
A cada descoberta, a cada coisa ainda
Por ser descoberta.

Essa se torna a única,
Dentre essa variedade de coisas,
Que é democrática.
Existem tantas teorias, tantas religiões,

Mas no fim nada disso importa.
Só importa que exista o hoje,
E que se há algo em que se crê.
Já é o motivo suficiente para continuar crendo...

Por: Victor Magalhães

domingo, 12 de setembro de 2010

O fardo


Na mistura inconstante
Entre o medo e a dor...
Sabemos, todos, que não há
Nada além de tuas mentiras...

Deixaste todo teu peso na estrada
Entre teu ódio e tua segurança...
Justaste os pedaços,
Tentaste encaixar-se novamente.

Mergulhaste em um sono constante,
Onde esquecerias tua batalha.
Não conseguiste fugir, sabes que não.
O fardo é o mesmo, não importa.

Isto é uma guerra, onde não é
Permitido desistir ou fraquejar.
Tentaste convencer-se do contrário.
Sabes, porém, que a verdade é concreta.

Tuas forças acabaram antes do fim.
Tentaste esconder-se, esquecer.
Mas a vida nunca nos permite caprichos,
É necessário força e conformidade.

Por: Letícia Rosa

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Como um pássaro


As vezes queria ser como os pássaros.
Voar contra o vento, me sentir livre...
Em pleno horizonte me esquecer do
Mundo embaixo das minhas asas.

Cantar e cantar mesmo preso em
Uma gaiola...
Cantar como se fosse a ultima coisa
A se fazer antes de ser atingido pela morte.

Eu quero apenas fugir...
Me cansei desse jogo,
Dessas mentes pequenas.
Do egoismo da alma.

Às vezes queria ser como os pássaros,
Voar contra o vento pra esquecer
Minhas tristezas.
Sentir o calor do sol pra esquecer
Seu amor frio.

Agora quero apenas cantar e cantar...
Antes que a morte me tome por inteiro.

Por: André Alves

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Querido diário, I


Há tempos que eu precisava de ti.
Sabe, há tantas coisas que aprendi,
Tantas coisas que inventei,
Mas que por medo ou simplesmente
Falta de palavras eu deixo que o vento leve...

Coisas simples, mas que
Poderiam salvar uma vida.
Ou talvez não.

Coisas como a de hoje...
Percebi que, enquanto falava de hipocrisia,
Eu estava sendo o maior de todos,
Uma vez que declarei amor
Sem saber ao certo seu digno significado.

Disse que amava os humanos mesmo
Achando-os inúteis e egoístas.
Proclamei amor aos animais mesmo
Os desrespeitando como criatura viva.
Declarei amar um Deus mesmo
Não o aceitando como digo.

E mais ainda,
Jurei amor eterno a ti que
Não faço questão de conhecer já que
Te fiz perfeito em minha mente.

Por: Victor Magalhães

domingo, 29 de agosto de 2010

Mas meu bem,


Mas meu bem, não se preocupe. A vida costuma ser cruel. Mas o que nos priva da dor são os calos. Poupe-se. Poupe-se da auto-piedade, do desajuste controlado de nossos corações.
Não se desespere. O tempo não pára, não volta. Mas o futuro não deve assustar, não hoje. Levante teus olhos. Deixe-se embalar por estas lindas notas, elas podem passar talvez rápidas de mais.
Não corra. Sempre parece tarde. Mas a vida é tão frágil... É preciso que se cuide bem. A cada instante, cada momento tudo está em jogo, tudo está por um fio.
Não pare. O cansaço sempre fez parte de nossa caminhada. Mas a fuga é momentânea. Preencha-se de novo. Não são as pessoas que nos completam... Nós sabemos disso.
Não questione. Temos necessidades aparentes. Mas não precisamos de nada mais. Esqueça este mundo, estas personalidades. Isso tudo é um jogo, uma guerra.
Não caia. Aqui tudo é mal feito e frio. Mas ainda vemos um reflexo embaçado, uma sombra. Somos guerreiros longe de casa. Somos a promessa, a resposta...

Por: Letícia Rosa

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mais alto que ontem


Consigo voar mais alto que ontem!
Hoje me liberto da minha própria prisão,
Consigo furgir, escapar e me desprender de você.

Felicidade contagiante...
Saudade sentia desse sentimento,
De poder dizer tal palavra.

Se hoje choro sei que não é por estar preso,
Minhas lágrimas são de alegria.
Alegria que não sentia preso a você,
Sentia medo, não era verdadeiro.

Consigo voar mais alto que ontem!
Alegria, Alegria, Alegria...
Não me canso, não me calo e muito
Menos me contento com o pouco.
Hoje eu quero mais de mim, do mundo
E da vida.

Não vou me calar, você não vai me fazer calar.
Porque consigo voar mais alto que ontem

Por: André Alves

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A distancia


A distancia está logo ali. No não, no desejo reprimido.
Quantas são as vezes que você busca a freqüência correta, a chance perfeita?!
A ocasião em que fomos feitos foi apenas um momento de glória de um velho
artista realista.
Do meu lado apenas o corpo, quer dizer, a indiferença também. Quando foi que eu me afundei nesse abismo?
Se os gritos sem pavor são só comemorativos, eu não sei, sei que não são tão empolgantes.
O que me movimenta é o querer, a força imensurável, que com o tempo se torna apenas comum, sem graça e principalmente angustiante.
Minha coleção de roupas sujas e desarrumadas cuidadosamente a mão é denominada apenas de bagunça. Não, é muito mais que isso é a desordem de um homem em formação que começa a pensar, pelo menos é assim que eu denominei esse raciocínio impulsivo-descontrolado que me domina.
Se o desgosto de conviver com alucinações já se torna prazeroso é porque a realidade se descuidou no seu controle de qualidade.
A psicodélica vida de um gênio do rock me faz não acreditar na loucura da vida moderna, marcada por guerras camufladas e redes sociais, as músicas da moda são apenas distúrbios degradantes da auto-imagem de quem as compõe.

Por: Rafael Ayres

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dia quase heróico


Sabe, hoje acordei meio heróico. Pensei em várias maneiras de salvar o mundo, mas todas incluíam desastres e muita dor. Deixei de lado estes planos, já que minha consciência me condenou, por tamanho egoísmo, só pra saciar essa vontade de ser incrivelmente bom.
Após o café-da-manhã fui tentar ajudar alguém em casa. Me decepcionei, mas me mantive firme no meu intuito.
Quando cheguei ao quarto da minha irmã, ela estava no telefone aos prantos. Me aproximei um pouco e ao abrir a boca para tentar ajuda-la, ela me mandou ... (bem, vocês sabem).
Resolvi olhar como estavam meus pais, eu sabia que teria alho pra eu poder ajudar, já que estão se divorciando, e mesmo sem saber o motivo, me atrevi a tentar ajudar. Ao chegar à porta do quarto, vi uma das – ou a mais - assustadora cena da minha vida – mesmo que você, leitor amargo, não concorde. Meu pai estava tentando agarrar a minha mãe a força. E ela, com lágrimas e ódio nos olhos, o empurrava com tamanha força que parecia estar no fim para continuar a contatar, o que hoje penso ser seus “amantes”. Quando ela me viu, se assustou e bateu a porta na minha cara (acho que essa não era sua intenção).
Já no colégio, eu percebi que a sala estava muito bagunçada e barulhenta. Então resolvi ajudar a professora soltando um grito que fez com que todos se calassem. Daí fui tentar argumentar com os outros. No meio do meu ato heróico, fui confirmar com a professora. Ao fazê-lo, percebi que ela estava totalmente dispersa, então chamei sua atenção. Quando finalmente caiu em si, me mandou sentar.
Após bater o sinal para o intervalo, saí e fui para um canto do pátio e fiquei a refletir. Depois de algum tempo, meus colegas vieram curiosos perguntando o que havia acontecido, fitei-lhes com os olhos e disse-lhes que não era nada. Nada de mais...
E só agora cheguei a uma conclusão: Descobri que somos, todos, solitários e auto-suficientes. E que esse é o único motivo de nossa tristeza.

Por: Victor Magalhães
ps: A história acima é uma ficção

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Depois da ponte


As verdades que nunca se enganam.
Os versos que nunca se cansam.
Os sussurros que nunca se armam.
As vozes que nunca se calam.

Tudo aqui é tão passageiro...
Mas há muito mais depois da ponte.
Nessa terra somos apenas estrangeiros
Vindo de muito além desse horizonte.

Somos bem mais que essas capas limitadas!
Isso tudo é apenas uma passagem
Nosso caminho vai além dessas estradas.
Em breve voltaremos desta viagem.

Se existem medos e insatisfações
É que ainda não estamos no nosso lar.
Esta sede insaciável em nossos corações
É o nosso espírito que tanto anseia voltar!

Existem experiências muito além desta vida.
Existe um fim para o "sem saída".
Toda a criação aguarda a manifestação
Desse povo que se ergue em uma só canção!

Por: Letícia Rosa

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Pequenas orações


Naquela estrada você caminhava só,
A luz você buscava.
Buscava palavras certas pra escrever,
Mas a dor era maior que você.

Você olhava pro nada e buscava as respostas,
Gritava ao vento esperando algo.
Esforços em vão! Lágrimas eram
Sua saída em pequenas orações a Deus.

De novo você se via só,
Correndo sem esperanças.
E de novo se encontrava no
Mesmo estado.

Lágrimas eram sua saída
Em pequenas orações a Deus.
Fé você tinha nas lágrimas tocando o chão.

Naquela estrada você não caminhava mais só,
A luz que você tanto desejava...!
Deus lhe deu em um ato tão lindo e divino,
Seu olhos brilharam como estrelas no céu.

Por: André Alves

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Simplesmente Vick


Vicky era uma garota especial, pois sempre soube se colocar no lugar dos outros para entende-los, talvez uma maldição para alguns, mas ela não se importava de não existir...

Mas agora é diferente, ela é o cupido do seu próprio príncipe.

Então numa noite dessas de chuva, sozinha em casa longe do próprio juízo, decidiu fazer uma loucura para poder mostrar que ela um dia também vai acabar.

Então com uma faca em seus pulsos, tremendo mais que qualquer outro pudesse tremer, fez uma linha incrivelmente reta, e a cada centímetro de corte, sentia com a dor uma certa alegria porque “aquilo” poderia salvá-la, então começou a sentir seu próprio sangue escorrendo por entre seus dedos, e uma tontura lhe veio embaçando-lhe as vistas, então apenas se sentou desgastada e esperançosa.

Se soubesse que ele não viria, e mais ainda, que ninguém a salvaria talvez não tivesse ido tão longe...

Então sentiu uma presença estranha e fria, se deparando com um rosto lindo e curioso.

- Oi! – disse sorrindo. – eu sou a morte.

Vicky não acreditou, pois, sempre achara que a morte fosse horrível, mas aquele sorriso tão branco e chamativo, os cabelos tão pretos quanto imaginou os da branca de neve, e um rosto tão perfeito e apaixonante não poderia ser da Morte. Sentiu até vergonha pois podia se ver deteriorada no reflexo dos olhos negros daquele cara estranho

- Então, ninguém veio? – perguntou com um certo sarcasmo.

- Sabe? Você teve tanta fé nisso que comoveu até a mim, não costumo fazer isso mas...

- Mas...? – continuou com o sarcasmo em suas falas

- Mas eu vou te dar outra chance...

- Chance pra que se isso nem é real? E se fosse não adiantou em nada, sou apenas outra idiota que merece mesmo morrer. Então, se você for real, me leve!

- Não! – falando como um pai que está punindo seu filho - Porque ninguém merece morrer sem descobrir tudo que lhe é permitido saber, e viver todo tempo que lhe foi dado, você pode fazer tudo o que lhe foi proposto...

Segurando em seus pulsos a levantou e com um beijo a fez acordar. Então Vicky, se deparando com o momento em que iria se cortar, viu um bilhete em sua frente. Deixando cair a faca foi correndo conferir o que tava escrito, assustou-se ao ler apenas:

OU APENAS VIVA!

Por: Victor Magalhães

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Parte do dinamismo

Olhei pra trás e vi meus antigos sonhos
E até chorei, e hoje sinto saudades do que falei,
Lamento de mais a sua falta!
Monte Inverno - Rosa de Saron

O dia acabou tão depressa.
Tudo passou, mudou.
Ficou escuro de repente,
Ao som de notas nostálgicas.

A melodia repetitiva, perdida há muito.
O oxigênio até começa a causar dor.
Ninguém precisa sentir, ou saber.
Precisava ser assim. E foi.

Faz parte do dinamismo, sabe?
Cada volta do ponteiro nos seca.
A culpa é ainda maior que a saudade,
Mas já é tarde.

Perdemos tudo que podíamos.
Nem sabemos mais onde estamos.
Mas ainda estamos vivos,
E essa é a única lei, certo?

No final das contas, eu sou
Apenas uma criança assustada
Querendo voltar pra casa
Sem saber o caminho.

Por: Letícia Rosa

domingo, 1 de agosto de 2010

Hoje é tarde


Hojé é tarde!
Tu me desejas e me queres,
Mais só encontra sofrimento,
Ódio e desprezo em minha pessoa.

Eu não mereço amor igual ao teu,
Muito menos desfrutar de tal beleza.
Teu sorriso encantador desperta
Desejos inexplicáveis.

Mas hoje é tarde!
Só posso oferecer-te desgosto,
Isso eu não posso entender.
Hoje choro por não poder mudar,
E só penso em ir pra longe.

Me pergunto:
Quantos reencontros ainda virão?
Momentos como esse?
Nosso amor hoje se limita a
Lembranças. E não passará disso.

Tu sorris pra mim,
Mas não adianta...
Hoje é tarde!
Nosso amor é apenas lembrança.

Por: André Alves

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Seguro as lágrimas


Seguro o choro,
Não sei por que.
Não tenho motivos,
Mas apenas não deixo as lágrimas caírem.

Não quero mostrar pra mim mesmo
Que perdi, não quero aceitar.
Sei que é inútil,um dia
Terei que aceitar, mas não agora.

Não agora que tudo está acontecendo,
E tão rápido. Não consigo nem pensar,
Nem sei o que fazer, mas que porra,
Quem pode me ajudar?

As lágrimas vêm, enchem os meus olhos,
E eu seguro. Até quando?
Até quando vou conseguir segurar?
Não por muito tempo, não vou conseguir
Não sozinho.

Tento desabafar, mas as lagrimas voltam,
E eu ainda não estou pronto para deixá-las ir,
E até o momento que eu esteja pronto,
Irei segurar, até momento que explodir,
Irei segurar.

Por: Lucas Borges

domingo, 25 de julho de 2010

Abrace-me forte


Abrace-me forte, meu bem.
Que lá fora é uma selva morta
Gélida e sem luz,
E eu tenho medo.

Abrace-me forte, meu bem.
Que esse túnel é longo,
Não consigo ver a luz do fim,
E eu tenho medo

Abrace-me forte, meu bem.
Que tudo é efêmero,
Esse solo é incerto,
E eu tenho medo.

Abrace-me forte, meu bem.
Que eles são maus,
Tudo aqui está corrompido,
E eu tenho medo.

Abrace-me forte, meu bem.
Que eu não consigo ver bem
Perdi as minhas palavras,
E eu tenho medo.

Por: Letícia Rosa

sábado, 17 de julho de 2010

Linda rosa


Naquelo canto não encontro-te,
Em meu mundo já não te vejo.
A cada passo meu,
Tu te encontras mais distante.

Aquilo que eu buscava para
Ser meu conforto,
Aquele abraço que eu esperava
Poder me acalmar,
Se tornou algo tão confuso!

Foi como apertar uma linda rosa.
Sua beleza me trazia
Encanto e calmaria!

Mas o meu conforto foram
Seus doloridos espinhos, que de
Tão afiados, pareciam agulhas
Perfurando minha pele.

Nostalgia, veio como uma palavra
Que anseia ser gritada,
Para acalmar um coração
Em pleno desespero.

Tal confusão fez-me lembrar
Dos teus lábios tocando os meus,
Como uma pena tocando o chão bem suave
Após voar com a brisa fresca do vento.

Beijo suave mais com uma dor
Sem explicação,
Pois sabia que aquilo era um adeus.

Forças não tive para evitar
Tamanho acontecimento.
Conforto encontro nos
Espinhos daquela linda rosa
Que me encanta com tamanha beleza.

Por: André Alves

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Maldito retardado


Olho na sua cara,
E não consigo ver nada além de ódio,
Seus olhos só me trazem a vontade de te matar,
Apenas vontade de lhe fazer mal.

Não consigo mais olhar em sua face,
E sentir a admiração que sentia antes,
Não consigo mais ver aquele amor que sentia.


Você conseguiu acabar com tudo,
Seu maldito retardado,
Fez com que toda amizade acabasse assim.

E me admiro a te olhar,
E ver que não sentes nada em relação a isso.

E isso só me dá mais raiva,
Muito mais raiva.

Faz-me sentir um ódio,
Ver que você não percebe o que
Fez com todos nós.
Que destruiu muito do que tinha entre nós.

Seu maldito retardado,
Só consigo sentir ódio neste momento,
Quem sabe, um dia, sentirei novamente o que já senti,
Quem sabe, um dia, você se redimirá diante de nós.

Mas por enquanto,
Só te vejo como um
Maldito retardado.

Por: Lucas Borges

domingo, 11 de julho de 2010

Medo e incertezas


Na vida tudo tem sentido, razões, enfim...
Sentido que nem sempre compreendemos,
Mas sabemos que está ali.

Muitas vezes driblando a incerteza,
Que nos consome procurando uma brecha
Para nos levar de encontro ao desconhecido,
Que nosso coração deseja a cada instante.

Medo... Sim!
Mas por que não encarar o sentido?!
Por que não sair desse pequeno mundinho?!

Venha...! Vamos fugir desse lugar juntos! Sumir...
Da tristeza que nos aprisiona nesse
Mundo de heróis egoístas.

Vamos jogar esse jogo que é a vida!
Vamos caminhar nesse tabuleiro que é o mundo!
Vamos de encontro à felicidade!

Sim. A felicidade que se encontra
No desconhecido que tanto nos causa
Medo e incerteza.

Por: André Alves

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Recomeçando


Levantando-se do chão onde a haviam jogado,
Foi tratando de seus cortes,
Reconstituindo o que lhe roubaram,
Tentando escrever em uma nova folha.

Foi adaptando-se, cicatrizando-se. Seguindo...
Com menos lágrimas, menos dor...
Mais equilíbrio, mais estabilidade...
Com uma fé, que aos poucos, renascia.

Não entendia. Não se importava.
Sentia mais. Queira mais.
Não esperava. Não prometia. Não remoia.
Precisava acostuma-se, nada podia esperar.

Até lhes sorria, sem desejar vingança.
Não por desistência, ou mentira.
Só por não conseguir odiá-los;
Era forte de mais para isso.

Por: Letícia Rosa

domingo, 27 de junho de 2010

Amantes suicidas


Com tantos heróis em ascensão e
Artistas não burocráticos,
Tanto tolos decidem se acovardar
Dentre os pelos de sua conformidade.

Grandes - ou nem tanto - filósofos,
Dizem que precisamos de ousadia.
Ouso dizer que precisamos de mais,
Precisamos reaprender essa palavra.

Afinal, seria assim tão simples se jogar?

O chão da realidade é demais
Para aparar nossos corpos
Recém-atirados de uma dimensão
Onde só existe nós mesmos...

Por: Victor Magalhães

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Regras inquebráveis


A vida tem mesmo disso... Seus caminhos são tortuosos, incompreensíveis...
Quando menos se espera, a liberdade momentânea se vai, as consequências eternas vêm, e a oportunidade de recomeçar inexiste.
O que, na vida, está mais próximo do fim é o começo. Isso não se pode controlar, não se pode escolher. Apesar dos pesares, a vida ainda tem suas regras que nunca foram, são, ou serão quebradas.

Por: Mariana Germano/Letícia Rosa

domingo, 20 de junho de 2010

Senhor Tempo,


Enfim aprendi, senhor.
Não és mal, nem justiceiro.
Não és traiçoeiro, tampouco ladrão.
Como muito se diz a teu respeito.

És amigo. Sim. Por que não?
Pacífico, ciente, suave...
És mestre, esclarecedor. Sim, és.
Incontrolável, imbatível, irrefreável...

Condutor constante desta dança, incansável!
Mas és assim, belo. Sim. Por que não?
Guardião de sonhos, despedidas,
Desespero, começo e fim. Sim, és.

Não paras, não aceleras, não cessas.
E és o mesmo apenas para ti, e teu Criador!
Levando-me por estas jornadas limitadas,
Onde é minha, a verdadeira partida.

Enfim aprendi, senhor.
Sou eu, na verdade, quem corre
Por entre teus caminhos tortuosos.
Sou eu quem, um dia, pronunciará o adeus.

Por: Letícia Rosa

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Apenas hoje


Então pra ser sincero
Apenas hoje.
Digo-te que estava a
Caminhar na praia.

Com alguém que eu
Queria que me amasse
Tão intensamente
Quanto seus lindos,
Sábios e grandes lábios,
Descrevem o que é amar.

Pr: Victor Magalhães

sábado, 12 de junho de 2010

No dia em que partiste


No dia em que partiste,
Ali fiquei em um estado
Lamentável.

Os olhos curiosos passavam e
Passeavam sobre minha face.
Desprezo, e pena era o que eu lia
Em seus olhos.

O futuro!
O que dizer dele em tal estado?
Esperança, eu encontrava!
Em um quarto vazio.

Esperar, apenas esperar,
Era o que eu podia fazer.

Reencontrar-te:
Únicas palavras que saiam
Em minhas orações.

Saudade domina meu ser,
E lágrimas de tristeza agora caem.
Meu coração hoje grita por ti,
Ele precisa de ti.

Meu rosto gelado procura teu colo,
Enquanto meu coração espera pra dizer-te
Só mais uma vez...!
Eu te amo.

Por: André Alves

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Desculpe a forma


Eu tentei dizer a verdade. Tentei conter-me nas palavras afiadas. Tentei seguir adiante sem olhar pra trás. Tentei correr, fugir do que era parte de mim. Tentei manipular um novo inconsciente, onde meu passado inexistiria. Tentei acostumar-me à dor dos ponteiros. Tentei gritar, respirar fundo e recomeçar...
Mas era sempre como se essa terra baseada em mentiras não suportasse a verdade. Minha voz sempre estava falha, minha garganta secava. Havia sempre um inevitável a me puxar. Havia sempre uma voz a trazer-me à realidade. Havia sempre o tic-tac a lembrar-me minha pequenez.
Nunca se tratou de monotonia, ou vazio... É algo além. Talvez por ser tão além, tornou-se assim, inalcançável a mim.
Pareço assuntada, eu sei. Talvez eu esteja. É só que... Não há nada eterno por aqui, então...
Não, querido, não precisa se preocupar, a vida tem mesmo dessas coisas...
Aprendi a ter fé. Diferente das outras. Menos egoísta. Mais viva. Menos presa. Mais visionária. Menos duvidosa. Mais inabalável.
Desculpe a forma. Quis acertar o alvo, despir-me. Mas as palavras começaram a trair-me, a... Desaparecerem.
E não me venha com essa história de que “pessoas são só pessoas”... Elas são algo mais. Quero acreditar que são... Ou que, pelo menos, deveriam ser...

Por: Letícia Rosa